Cartaz no peito
Durante muito tempo
Naquela comunidade
Havia pranto e revolta
Por causa da maldade
Dos crimes cometidos
Com tanta crueldade
Como se não bastasse
O desleixo do Estado
Até de seus pudores
Estão sendo abusado
Por um monstro doente
Sanguinário e tarado
Começou na parte alta
A moça estrangulada
Tinha o rosto ferido
Por golpe de pedrada
Estava semi despida
E quase desfigurada
No meio da favela
Uma cena de dar dó
A menina que voltava
Da casa de sua avó
Foi encontrada morta
Atrás do velho brechó
Outro caso comovente
De levantar cabelo
Encontraram uma senhora
Amarrada, nua em pelo
Agora foi no baixo
Lá no Beco do Curvelo
E neste acontecido
Um jovem criminalista
Acabou encontrando
Uma preciosa pista
Que pudessem achar
O sujeito vigarista
Essa gente esquecida
Mas de cunho cidadão
Que anda exaustada
De viver num mundo cão
Agora clama por justiça
Cada qual com sua mão
E na manhã seguinte
Morto estava o rapaz
O corpo todo furado
Em seu peito um cartaz
Escrito com letra grande
“Não estupra nunca mais”