EU SÓ CONTO AS FLORES DO CAMINHO, OS ESPINHOS QUEIMEI E JOGUEI FORA!
Muitos anos de sonhos e segredo,
me fizeram errante e sem destino,
transformaram anseios de menino,
na real condição do meu degredo...
Hoje faço dos versos meu brinquedo,
minha luz, eu retiro da aurora,
quando é pra ficar , eu vou embora,
e se querem ir comigo, vou sozinho,
Mas só conto as flores do caminho...
os espinhos, queimei e joguei fora!
Construi um castelo de quimera,
aonde o amor era o ápice sagrado,
e à procura do príncipe encantado
eu saí a cantar, na primavera!
Ao invés de jasmim, encontrei hera,
e meu sonho dourado foi embora,
Um soluço em meu peito ainda chora,
e a lágrima enxugo escondidinho...
Mas eu só conto as flores do caminho...
Os espinhos, queimei e joguei fora!
Cada amor representa uma saudade
do que foi alegria e bem querer,
eu só quero agora reviver,
as parcelas da vã felicidade.
E se foi ilusão, não foi verdade,
do casulo do peito, sem demora
eu arranco, amasso e mando embora
pra não ver meu poema em desalinho.
Eu só conto as flores do caminho,
os espinhos, queimei e joguei fora!