A TODOS QUE PARTICIPARAM DESSA BRINCADEIRA


DNA FOI ERRO CRAMOROSO

(Airam Ribeiro)

 

Derna qui se foi Maria

Pra morá cum Nosso Sinhô

Pra matá minhas aligria

Uma impregada ela dexô

Maria foi uma boa muié

Dexô Chiquinha de Catulé

Pois de mim se percupô.

 

De Maria tenho sodade

Fiquei um tempão sem fazê

Chiquinha sem tê mardade

No meu quarto foi mim vê

Para mim levá um xá

De mim vévia a coidiá

Pois nun quiria mim vê sofrê.

 

Ela mim ajuda na roça

Inté já plantô mamão

Zela deu dento da xóça

Purquê tem bom coração

Agora evem ocêis nos enfeite

Quereno botá água no leite

Quê qui é isso meus irmão.

 

A Chiquinha de Catulé

É só apena impregada

Sei qui ela é uma boa muié

Mais é só isso, mais nada!

A coitadinha num recrama

Só drome cum ieu na cama

Pur cauza do frio, coitiada!

 

A Chiquinha tem dois fio

Mais né meu nun sinhô

Apena nas noite de frio

A gente usa um só cubertô

A coitadinha é inocente

Pur favô minha gente

Larga de cê fofocadô!

 

O povim malicioso

Cuidado cocêis vão pagá!

O nosso Deus glorioso

Ta lá sempre a anotá

Coidiado cum aquele taxo

Se fofocá muitio cá imbáxo

Nele ocêis pode intrá.

 

Dos minino da Chiquinha

Já fizéro inté o DNA

Eles erráro na sangria

E o sangue foi trocá

O inzame deu pusitivo

Mais eu digo é negativo

Foi um erro de lascá!

 

Errá na terra é humano

Faláro um compositô

Eu jatô no dizigano

Os fi né meu nun sinhô

Eu pósso inté eles criá

Mais o inzame do DNA

Foi um erro seu dotô!

 

Rosa serena quirida

Nun vai na cunversa não

Esse povo qué intriga

Ocê qui tem bom coração

E qui é muitio juizada

Nun presta atenção in nada

Eu li pesso de ante mão.

 

Nem qui o sexteto vai só cum dois,
quele morre morre não!


ÓMENAJI PRU SEXTETO

(Fernanda Xerez)

 

 

H.oje volta a brilhar o sexteto

U.m jeito direfente: parece quarteto

L.egal que o Airam meteu a colher

L.evou pra roça a Chiquinha do Catulé

 

D.eixando as cumadres de orelha em pé

E.todas reclamaram, cheias de queixumes

 

L.a Fuente está " roxa " tanto ciúmes

A.Milla chama a Chiquinha de desinfeliz

 

F.icou a menina Rose arrebitando o nariz

U.m satisfação o Airam tem que apresentar

E.dizer quem é essa tal de Catulé

N.a história com essa mulher

T.em que dá muita satisfação

E.as comadres esperam uma solução.

 

M.illa prefere a reconciliação

I.nvestigando bem a questão

L.a Fuente com Rose Tunala, então

L.evam para Airam a condição:

A.presentar para todas a tal Chiquinha.

 

P.arece que ela é bem boazinha

E.nem tem culpa de ser paquerada

R.ebola pra lá e pra cá, a danada

E.o Airam espicha o pescoço e dá uma olhada

I.nventa que a Chiquinha é pura simpatia

R.egistra isso nos versos da sua poesia

A.ssim se faz de menino bonzinho.

 

A.contece que ele está apaixonado

I.npirado por sua Chiquinha do Catulé

R.osa de Mandacarú ele traz do cerrado

A.tira no colo daquela mulher

M.itigando seu amor e sua atenção.

 

R.epara naquele lindo mulherão

I.nstigando o ciúme das meninas do sexteto

B.ate com força e vontade no peito

E.diz: Chiquinha do Catulé é minha

I.nté vocês tem que acatar

R.egistro isso na minha escrivaninha

O.meu amor por ela veio pra ficar.

 

R.evolta causou no ambiente

O.grupo das comadres ficou ciente

S.entaram todas e chegaram a uma conclusão:

E.o menino Airam teve absolvição.

 

T.em direito de viver com a Chiquinha

U.ma vez que voltou para o sexteto

N.esta bela e extasiante escrivaninha

A.ssim reuniram-se em quateto

L.á estão esperando o Pedrinho e a Mariah

A.ssim como o Catulo, para com eles poetar.