NO BRASIL É DESSE JEITO
NO BRASIL É DESSE JEITO
Autor: Luiz Alves da silva
Gauchinho
I
Neste recanto das letras
Quem acessa todo dia
Na pesquisa de cordel
Vai ler minha poesia
Num estilo popular
Irei sempre versejar
Talvez com certa ironia
II
Eu sou matuto e não nego
Falo a língua desse povo
Já vi sujeito formado
Que não diz ovos, diz ovo.
Pronuncia o verbo veve.
Vá pra escola de novo
III
Sou Gauchinho do sertão
Faço versos, digo loa
Erro quando não acerto
Nem ando falando atoa
Que fazer versos difíceis
Não é pra qualquer pessoa
IV
Rapariga é mulher dama
Eu nunca entendi direito
Porque a primeira dama
É a mulher do prefeito
Ele sabe e não reclama
Assim todo mundo chama
No Brasil é desse leito
V
Pobre ter um carro velho
Quebrando a torto e direito
Outro com um celular
Usado e já com defeito
E se um novo comprar
Usa e não pode pagar
No Brasil é desse jeito
VI
O Brasil de hoje em dia
Do presidente ao prefeito
Hoje é difícil encontrar
Um político sem defeito
É uma esculhambação
Esse tal de mensalão
No Brasil é desse jeito
VII
Um homem casar com outro
Eu vejo mais não aceito
E quem diz que Deus aprova
Não leu a Bíblia direito
Ou será que Deus mudou
As leis que ele criou
No Brasil é desse jeito
VII
Se expresso o que eu acho
Dizem que é preconceito
Hoje o filho erra e o pai
Castigar não tem direito
Mas se vira um marginal
A policia mete o pau
No Brasil é desse jeito
VIII
Da forma que a coisa está
O errado é quem tem direito
Alguém lhe rouba e você
Se der parte está sujeito
De sair perdendo mais
Pagando os danos morais
No Brasil é desse jeito
IX
Até mulher sem marido
Já tem criança de peito
Verba pra mulher parir
Deu o presidente eleito
Isso é astúcia do cão
Pra ganhar a eleição
No Brasil é desse jeito
X
Hoje se ver mulher doida
A procura de um sujeito
Que possa lhe engravidar
Pra ela ter o direito
E quando a verba acabar
Quem ajuda ela criar?
No Brasil é desse jeito.