VIDA DE CORNO
Será que corno tem vida?
Minha avó dizia que não
Só anda mirando o chão
Preste atenção quem duvida!
Com a imagem ferida
Seu andar é apressado
Nos cantos vive calado
Tem filosofia lacônica
Sua dor é coisa crônica
Sem futuro, só passado!
A vida perdeu a graça
Nada lhe traz alegria
Troca a noite pelo dia
Pra ver se o tempo passa
A cortina de fumaça
Só cigarro e depressão
Bate forte o coração
A mente se contamina
A vergonha lhe domina
Um mundo de solidão
A vida perdeu o gosto
Seu paladar é amargo
O peso do novo cargo
Lhe traz um grande desgosto
Com sofrimento no rosto
A penúria é medonha
De tudo sente vergonha
O isolamento é real
A alcunha é fatal
É maligna, é peçonha!
Liquidado e impotente
Por todos escanteado
Vive no mundo isolado
Sentindo-se menos gente
A água é aguardente
Pra curar a depressão
Portanto caro irmão
Corno não vive, vegeta!
O que pensa esse poeta?
CORNO NÃO TEM VIDA NÃO