A CASA DE MAMÃE
 
Hoje acordei bem cedo
 Comecei em mamãe lembrar
Foi até o seu quarto
Mais não pude avistar.
O fogão de lenha que ela fazia
Ali não mais nada existia
E fiquei somente a pensar.
 
Saí na casa visitando
Seu retrato ainda na parede
Um armador enferrujado
Onde ela armava a rede.
Um pote todo quebrado
Pelo chão espedaçado
Onde ela matava a sede.
 
Um pente todo amassado
Que o cabelo penteava
Um espelho já quebrado
Onde mamãe se olhava.
Uma sandália ali jogada
Com a correia tirada
Eu também avistava.
 
Ainda na cozinha de mamãe
Uma panela de barro avistei
Um pegador de brasa
Ali também encontrei.
Um abano feito de palha
Uma roupa de malha
De mamãe eu achei.
 
Uma caixa de friso
Foi por mim encontrado
Como faz muito tempo
Já estava enferrujado.
Um  documento seu
Que ela no tempo perdeu
Que estava bem guardado.
 
A liança de mamãe
Papai hoje está usando
Pedi a ele pra eu ver
E foi logo me mostrando.
Em seus braços me abraçava
E de mamãe ele lembrava
E terminou ali chorando.
 
Ela falou:- meu filho
Estou velho e cansado
Hoje moro sozinho
Triste e abandonado.
Sua mãe que eu mais amava
Deus pra junto dele levava
E fiquei aqui desprezado.

Agradeço ao meu Deus
por fazer esse cordel
homenagear a cada mãe
que esse é meu papel.
A minha Deus já levou
de meu pai ele tirou
mais hoje está no céu.
 
 
 
João Pessoa- 08 de Maio de  2011
Armando Morais
Enviado por Armando Morais em 08/05/2011
Reeditado em 08/05/2011
Código do texto: T2956876