GUERRA NO ASFALTO-CORDEL
Guerra no Asfalto.
Guel Brasil.
Seu moço eu já vi disputa
E roubo de toda sorte,
Por esse Brasil afora
Onde o pobre sofre e chora,
E até zomba da morte.
Não tem canto dessa terra
Que não tenha marginal,
Nos guetos e nas favelas
Onde o morto não tem vela,
E onde tudo é desigual.
Quem mandava era o bandido
Mas o governo acordou,
Foram expulsos na bala
Marginal perdeu a fala
PARECE que a paz voltou.
Traficante perdeu drogas,
Perdeu armas, muita grana,
Muitos mortos e feridos
Fugiram muitos bandidos
E mais de cem foram em cana.
Se a paz será duradoura
Ainda não dá pra saber,
O povo já sofreu tanto
Já derramou sangue e pranto
E está pagando pra ver.
Jacarezinho, São Carlos,
Morro do Engenho, São João,
Mas foi na Vila Cruzeiro
Nesse grande formigueiro
O inicio da confusão.
Nos morros dessa cidade
A lei não consegue entrar,
O traficante é quem manda
Mesmo preso ele comanda,
E dá ordens pra matar.
E foi na Vila Cruzeiro
Onde tudo começou,
O povo pediu socorro
Bandido desceu o morro
E a guerra se alastrou.
Com bilhetinho, com carta,
E até com celular,
Mesmo estando na prisão
Quem dá as ordens é o chefão,
E ai de quem se negar.
Os chefões têm mordomias
Que ninguém sabe explicar,
Tem até advogado
Que pode entrar sossegado,
Pros traficantes ajudar.
Bala perdida seu moço
Aqui tem endereço certo,
E nunca acerta o bandido
Que por estar escondido,
Mata de longe ou de perto.
É doutor guerra no asfalto
E o cidadão refém do medo,
Vivendo ali exprimido
É escudo pra bandido,
Depois vira samba enredo.
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