Vale a pena vê de novo - O cauzo do matuto qui fêiz inzame de prosta

Tem muitia gente qui nun leu esse cauzo

O CAUSO DO MATUTO QUI FÊIS INZAME DE PRÓSTA

De Airam Ribeiro (Julho de 2006)

Tem uma fia na capitá qui gosta mutio de mim é mermu uma amiga e vévi a priucupá cum minha saúde inda mai agora neças onda de izame de prósta intonsse risulvi iscrevê prela dizeno bem ancim;

Mai ôceis vão me discurpá pruquê eu num cunheço esse tá de anus qui é coisa de capitá eu cunheço é o cú memo.

Ancim cumeça o causo.

Primeira parte

Mia fia na capitá

Vévi nua priucupação

Cum medo d’eu batê as bota

E cumê barro no chão

Qué qui eu faço aquele inzame

Mai li falei sem vexame

Quele eu num faço não!

Eu sempe falo prela

Qui Deus sabi o qui fais

Foi Ele qui me criô

E mi féis um bom rapais.

Mia fia, tem mai coidiado!

O mundo ta xêi de viado.

Num mi acunseia isso mais.

Eu tô bom já te falei

Num faça isso mai não

Iço é coisa inventada

Dos povo das tulevisão

Se mia prósta tivesse duente

Num sô mai um inucenti

Já tinha ido pro dedão.

Todo dia faço o izami

Eu memo no banhêro

Infio o dedo nu cu

Cunfeço qui é ligêro

Fica dispriucupada

Num fica fazeno zuada

Inda vô tê mutio janêro!

Inda num custumei

Cum eça idéia mia fia

É um trem sem cabimento

Sô um home de famia

Virá o cú pro dotô

Na mia idéa num passô

Só ni pensá da agunia.

Os médios tão sem trabai

E fica isso inventano

Pros povo pudê fazê

Pra elis ir inricano

Cada infiada no cu

Omenta mai seu tutu

Há mutio qui tô pensano.

Podi dexá cumigo

Seu pai é intiligente

Num vai mai nas cunversa

Dos qui fala eça gente

Sou dus tempo dus bufão

Qui todo mundo era são

Ocê tira iço da mente.

Quano eu notá qui a zurina

Num ta quereno mai saí

E eu notá qui o cu dói

Sem as bosta se buli

Entonsse eça é a hora

De corrê pra i simbora

Prus médios qui tem aí.

Mai pur inconto

Fica dispriucupada

Qui a prósta ta na orde

Pare cum eça zuada

Num fica mai neça intriga

Sei qui ancê é mia amiga

Queta cum a prosa fiada.

Se num tivé creditano

Num poço fazê nada mai

Falei das coisa certa

Num ia ti menti jamai

Prigunti tua mãe já

Se ocê num acreditá

Cuma ta a prósta du teu pai!

Mai dispois eu fiquei cum a cisma e cisma é um bixo nojento cê perdi inté o sono e dispois de muito tempo eu arisurvi ir lá sabê cuma é o tá de izame e se o dotô tinha os coidiado. E chegano lá eu fui falano logo ancim:

Segunda parte

Seu dotô só vim aqui

Mai vô dizê a verdade

Num cunformo cum eça idéia

Axo memo uma cruedade

Mai a pidido de mia fia

Qui mora la in Brasia

Vim fazê eça caridadi.

Mas seu dotô que mal prigunte

Tô numa priocupação

Esse tá izame que fais

Dá pra mim a isplicação.

É qui eu sou do interiô

Me diz logo pur favô

Num fique zangado não.

É tanta duença no mundo

Qui já vi na minha vidinha

Me tira dessa incerteza

Risponda a priguntinha

Me arresponda sem vexame

Pra fazer esse izame

O sinhô usa camisinha?

Cê sabe cuma é que é

Essa infiação danada

Todo dia ancê mete

Nos cu dos camarada

Entonsse quero sabê

Se no dedão de vosmicê

A camisinha vem grudada?

Num é qui sô guinorante

É qui sô mei pricavido

Inda mais qui ôiço tanto

Nos pés do meu zuvido

Qui a zaidis ta alastrano

E eu tô me priocupano

Pruque isso tem sintido.

Priguntei pra Bastião

Ele num quis respondê

Eu qui vou fazê o izame

Acho qui é o meu devê

Se num usar camisinha

Vou simbora agorinha

Num quero nem sabê!

Sou um pôco izigente

Cum meu cú na verdade

Pruque ele me ajuda tanto

Na mia ventosidade

Só quano tô ressecado

È qui ele sofre um mucado

Na sua finalidade.

Discurpa esse matuto

Qui nunca foi um letrado

Cê sabe cuma é qui é

Essa gente discunfiado

Pra virar o cú pra ancê

É priçiso a gente sabê

Se o sinhô tem esse coidiado.

Meu pai ficou véio

Qui de véio inté morreu

Nunca féis esse izame

E sã sempre viveu

Ele seno o meu ispei

Quiria o seu cunsei

Pra zelar do qui é meu.

Dá meu cú pro izame

Fico inté iscandalizado

Inda mais qui ancê qué

Ele tudim bem rapado

Vou lhe dizê a verdade

Pra mexer nas intimidade

Eu fico mei vregonhado.

Peço qui o sinhô num bota

A ta da anistisia

No locá qui fô metê

O dedão nesse dia

Pra eu num ficá viciado

Eu vô tê mutio coidiado

Pra num tê essa aligria.

Quero tudim ispiá

A cara que ancê fais

Quano ta meteno o dedo

Nos cú de todo rapais

Se a cara for de contente

Eu agaranto pra essa gente

Que no meu num infia mais.

Terceira parte

Dispois que eu vi qui o dotô usava a camisinha nos cinco dedo e inté na parma da mão é qui entonce eu fui fazê o ta de izame de prósta.

Siguino as idéia

Qui mia fia me acunseiô

Qui dispois dos quarenta

É pra visitá o dotô,

Pra o izame fazê

Para eu pudê tê

Uma saúde de valô.

Ela disse pra eu i num

Urigineculogista

Qui esse era o dotô

Qui tinha in Conquista,

E qui o izame num duia

E que todo home da Bahia

Já tinha intrado na lista.

E siguino os consêi

Da mia fia muié

Fui logo pra Conquista

Para vê cuma é qui é.

Mermo sem sentí nada

Fui lá vê o camarada

Deixano pra trás a muié.

Quano cheguei o dotô

Mandou logo eu deitá

Numa cama istreita

Qui tinha ali no lugá,

E as calça logo mandou

Qui eu tirasse pur favô.

Eu fiquei a maginá!

Mas qui izame istranho

Esse qui eu tô fazêno!

Entonsse logo as carça

Das perna foi deceno;

Já nervoso eu ficava

E tudo qui ele mandava

Eu ia obedeceno.

A coisa só ficô fêia

Quano o dotô ancim falô:

- Tira logo a cueca

E depressa, por favor,

Tem mais cliente lá fora

Esperando a sua hora!

Foi ancim qui ele falô.

Foi o jeito obedecê

E as cueca eu tirei

Em cima daquela cama

Discunfiado fiquei,

Quando vi ele cum o dedão

Priprano a ocasião!

Aí eu quase dismaiei.

Priguntei pra o dotô

Pronde ia aquele dedo?

Se fô nu qui tô pensano

Já tô ficano cum medo,

As perna já sem aprumo

Quano vi o dedão vim no rumo

Pensei inté qui era brinquedo!

Eu fiquei pavorado

Pringuntei pra ele ancim:

Será se o sinhô num pode

Fazê cum o dedo mindin?

Esse meu cu tá zerado

Ancim vou ficá istragado

Meu Deus qui será de mim!

Lá fora tinha tanto home

Pra intrá no consurtóro

Tinha uns até viciado

Qui usava supusitóro,

Tinha lá uns gostosão

Doido pra levar o dedão

Só medo de tá num velóro.

E o dotô intão infiô

Aquele grande dedão.

Eu qui cum a turma da roça

Tinha fama de maxão.

A turma num pudia sabê

Dessa disgraça pruquê

Eu num ia contá não.

O qui o dotô fez cumigo

Num iziste coisa pió

Infiou aquele dedão

Dento do meu fiofó,

Rodou pra lá e pra cá

E tombém pra cá e pra lá

Cum força sem tê dó.

Arguma vêis priguntava

Se tinha argo dueno

Ta não seu dotô

Ancim ia respondeno.

- Essa coisa ta sujeito

Se não tratar direito

Pode até ir crescendo.

O probema é qui o dedão

Do dotô era bem grosso

Qui meu cu relaxô

Qui cabia inté um osso.

Quano a tarefa acabô

Ele ancim me falô

- Está tudo bem seu moço!

Tudo bem cuma dotô!

Virge aqui eu entrei,

U qui vou dizê in casa

Cunfesso quinda num sei!

O sinhô fez uma disgraça

Dessas de num tê graça

Arrombado eu fiquei!

Qui diabo de izame

Esse qui ancê fêis?

O pió qui ele me disse

Pra vortá cum doze mêis

Pra fazê a revisão.

- Aproveite a ocasião

E faz tudo outra vez.

Quarta parte

Nunca mai ripiti o ta izami

E o tempo foi só passano

Passô tanto qui correu

Já fai mai de cinco anu.

Oia só o disispêro

Quano fui lá no banhêro

Na ora qui fui mijano!

Azurina pra saí

Ardia quiném pimenta

Mijava só os tiquin

Qui pensei!... cê num agüenta!

Duia acima du pinto

Acho inté qui me sinto

Qui num agüento a turmenta.

De meãn fui no hospitá

Incrontei lá o dotô

Qui foi aquele memo

Qui o dedão infiô

Quano me viu cunheceu

E alembrô qui fui eu

Qui ni Cunquista chegô.

Mando eu tirá as carça

E eu sintino aquela dô

Na ora qui ia mijá

Cramava pur Nosso Sinhô

Ela saia toda vremeia

Qui eu vi a coisa feia

Naquela ora de orrô.

I o dotô infiô de novo

Aquele dedo cum camisinha!

Rodô pra cá e pra lá

O dedão de sua mãozinha

E me falô infilismenti...

Te falo meu criente

Aqui tem um probeminha!

O sinhô tem qui operá

Pruquê já ta avançado

Botô eu de barriga pra cima

E apertô cum coidiado

E pegô logo suas traia

Uma faquinha e uma navaia

E me deu logo um cortado.

Botô uma manguiera no meu cú

Qui é pra as coisa derramá

Uma manguerinha no pinto

Pra condo quisé mijá

Inda bem qui num duia

Foi uma tá di nistizia

Qui feiz isso eu suportá.

I ta lá eu todo vexado

Dento daquele quarto

Na pusição das muié

Naquela ora du parto.

Lembrei de tudo na paioça

Quando tava lá na roça

Cagano no mei dos mato.

Era tanto pensamento

Qui tinha naquela ora

Pensava em tudo qué coisa

Inté qui passô a ora

Quando falô o dotô

O sirviço acabô

É procê i simbora.

Durante uns três méis

Ancê num pódi!... fazê!

Nem tirá essa manguêra

Ocê tem de obedecê

Só vai tirá a manguêra

Quano pará a corredêra

Qui pur ele vai decê.

Eça manguêra irimão

Te falo num minto

Ia perto da bixiga

Inté a cabeça do pinto

Num é de achar graça

Dispejava numa garrafa

O resto dus iscriminto.

Na manguêra qui tava no cú

Quano eu ia peidá

Saia uma zuada danada

Pareceno musga a tocar

Era um soinzim bem fino

Pareceno inté de violino

Nas noite de natá.

Dispois qui tudo passô

Ai já mai aliviado

Quano ia cagá i mijá

Já ia cum mutio coidiado

Já num duia mai nada

É qui eu meu camarada

Cum isso fiquei cismado.

Eu nun sigui os cunsêi

Das fala de minha fia

Aquela de riba dus verso

Qui mora lá ni Brasia

É pur isso qui sufri

Cum eça duença daí

Qui nunca o izame eu fazia.

Condo tirei as manguêra

Qui tava atrapaiano

Fiquei inté mais mió

Pois tava me maxucano

Azurina já saiu sôrta

As merda de ventu in pôpa

Sinto qui já tô miorano.

Acunsêi ocê tombém

Aqui du istremo sul

Qui vá lá no dotô

E mostra pra ele seu cú

Limpa todas as bosta

Faça o izame de prósta

E viva filiz pra xuxú.

Num faça cumo ieu

Qui quis bancá o maxão

Cum vregonha de mostrá

E levá aquele dedão

Vai logo lá agora

Pois podi aparicê agora

Eça duença du cão.

I pur privinição o medu di eu viciá, aperto mutio, intonsse foi o jeito cumprar as cueca de coro.

É certo qui dispois do dia

Qui fiz a aquela uperação

Istô inté sem sabê

Agora da mia situação

Dispois qui tirou a manguêra

É qui notei a bestêra

Pois afroxô tudo intão.

Vou tê qui i na celaria

Do meu amigo Zeca

Cumprá logo uns côro

Pra fazê umas cueca

Pois se caso eu viciá

Ela vai tê qui agüentá

Pra sigurá a peteca.

Inda mai qui o Pedrin

Já ficô priucupado

E anté me acunsêiou

Pra nun ficá viciadu

Falô qui us qui fais os izami

Pode passá inté vexame

Si num tive mai coidiado.

Mas ieu já me preparei

Pur inconto ta tudo bem

Cum a cueca de côro

Qui aqui eu já tem

Pra mode ieu nun cismá

A cueca vou sempe usá

Quano incostá ni argúem.

e-mail airamribeiro@gmail.com

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 29/04/2011
Reeditado em 05/01/2012
Código do texto: T2938028
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