Eu sou da terra distante
Lá diante de acolá
Lá eu tinha vida boa
Deixei tudo e vim pra cá
É que a seca medonha
Fez-me deixar meu lugar.
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Minha vaca Salomé
O meu cavalo alazão
Os arreios as esporas
O chocalho e o facão
Minha casa de sapê
Lá no pé do espigão.
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O riacho onde a tarde
Satisfeito eu me banhava
E tilapia da graúda
Pra nossa janta eu pescava
O fogão onde mamãe
A comida preparava.
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Hoje na cidade grande
Tudo é muito diferente
Corre, corre empurra,empurra
Asfalto e muita enchente
Na TV noticia ruim
De gente matando gente.
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Os casais de namorados
Por aqui não vejo mais
As mulheres viram homens
Eles a elas são iguais
Filhos de instintos ruins
Assassina os próprios pais.
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Todo dia é um crime
Uma tragédia mostrada
A TV não tem ibope
No dia que não tem nada
Diferente do sertão
De reisado e vaquejada.
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A droga é quem mais domina
Traficante dita regras
E o cidadão de bem
É quem se seca de telas
Meninas só aprendendo
O que assistem nas novelas.
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O professor na escola
Não é mais autoridade
Se raiar com um aluno
É morto sem piedade
E a gente sem saber
Aonde vai tanta crueldade.
Geraldinho
Enviado por Geraldinho em 20/04/2011
Código do texto: T2920973
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