LEMBRANÇAS DO CAMPO
(Participação na Ciranda do Campo, da Poetisa Ana Stoppa - Versão completa)
 

Guardo u’a saudade danada
Da minha infância querida.
Passava as férias na roça
Que vida boa e divertida!

Lá na casa da Tia Ilza
Eu ficava muitos dias,
Vivendo a vida no campo,
Brincadeiras e euforia!

Bom era o pique-de-lata
E a luta bezerro-erro-erro,
Tinha banho de cascata e
Passeio na trilha das vacas...

Dos animais da fazenda,
Eu gostava da Pintura.
Era uma vaca mansinha
E também u’a formosura!

No dia que matava porco
Era mesmo uma festança!
Tinha era muito serviço,
E depois a comilança!

E tinha muitas quitandas
Comidinhas sem igual:
Doces, biscoitos e broas,
Co’ ingredientes do quintal!

Depois do serviço pronto,
Nas tardes de sol mui quente,
Íamos brincar e tomar banho
No riacho de água corrente!

Meu tio trabalhava muito,
‘Inda mais co’as plantação.
Da terra colher o fruto
Que alimenta a Criação...

Trabalhando o dia inteiro,
Minha tia era exemplar.
E tem no olhar o brilho
Da bondade pra ajudar!

Lá na roça podia ser
Divertido e engraçado.
Bem cedo aprendi valores:
Comida não dá em mercado!

Muita gente ‘inda não sabe
Donde vem o seu farnel.
E é por isso, meu amigo,
Qu’eu escrevi este cordel!


Querida Poetisa Ana Stoppa, obrigada pelo convite para participar de sua belíssima ciranda em comemoração ao Dia da Terra. Parabéns pela iniciativa!

(Imagem: Cheirinho de roça, de Ramon de Assis
)



Magistral interação do querido poeta Miguel Jacó. Obrigada, meu caro Mestre, por abrilhantar minha página com seu talento!

Sou o estrume do gado,
As penas do galo manco,
O latido dos cachorros,
O barulho dos tamancos.

O cantar dos passarinho,
Sou a rolinha em seu ninho,
Protegendo seus filhinhos,
Do gavião de pena branca.

Integrado a natureza,
Vivi intensas belezas,
Na fazenda onde nasci,
Sai logo que eu cresci.


Obrigada, querido Mestre Jacó Filho, por abrilhantar minha página com seus primorosos versos!

Conheço todos os sintomas,
De quem nasceu lá na roça...
Pra voltar logo que possa,
Um dia a estrada ele toma,
Mas nunca esquece o aroma,
Da chuva fazendo as poças...

E quando a saudade aperta,
E suas férias lhe permite,
Vai deixando de ser triste,
Pois vai retornar na certa,
E vai antecipando a festa,
Que o sertanejo não resiste...


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