Salvem minha cidade.
Vim pedi-lhe socorro
Caríssima autoridade
Cumpra o quê prometeu
Remedia a minha cidade
Que á muito está doente
Pois aflita é a sua gente
Com tanta enfermidade
Nossas ruas e avenidas
Estão com catapora
É tanto buraco que
Assusta os de fora
O Prefeito faz um remendo
Um temporal tremendo
Leva o curativo embora
E o ar que respiramos
Tipo, fumaça de cigarro
Das áreas sem pavimento
Que ainda estão no barro
Prejudica a respiração
Adoece meu pulmão
Fico cheio de pigarro
Ao trafegar pelo calçadão
Estou numa artéria entupida
O estacionamento e os camelôs
Disputam cada medida
Congestionando toda parte
Perigando um enfarte
Finalizando uma vida
Por um acaso eu enfartar
Ajude-me com urgência
Mas no suposto hospital
Não existe emergência
O doutor largou o plantão
Pobre do meu coração
Gritando por clemência
Vamos logo transferir
Esse coitado cidadão
Mas a única ambulância
Está sem manutenção
Um jeito mais rápido
É ir de ônibus lotado
Pra outra instituição
E dentro do coletivo
Mais uma perturbação
Estava um calor danado
Feito panela de pressão
Não cabiam os estudantes
Nem as senhoras gestantes
Dentro daquela condução
Graças á Deus, me recuperei
Mas ainda estava um caco
Fui em outro “bonde cheio”
Com a cara num sovaco
Vi cair os estudantes
E as senhoras gestantes
Ao passar por um buraco
Estava chegando em casa
Com o céu todo escuro
E desceu foi tanta água
Tive que subir no muro
O bueiro entupido
Meu quintal submergido
Quase que caí duro
E cessou a chuvarada
Estava ainda em hipnose
Pois ainda estamos em risco
De contrair leptospirose
Peste da urina do bicho
Que vive pelo lixo
Nossa! Quanta neurose
Isso é só um pouquinho
Do que acontece aqui
São tantos os problemas
De São João de Meriti
Não bastasse esse perrengue
Ainda tem a tal da dengue
Que está por vir