VIRILIDADE NA TERCEIRA IDADE? KA KA KA.
O Viagra está por ai,
A velharada animando,
Aos que depois dos sessenta,
Vivem a parada enjeitando,
Vêem que a única solução,
Pra empinar o bastão,
Só ao tal bicho tomando.
Logo após os sessenta,
Vai-se a varonilidade,
Todo o sexo masculino,
Passa a ter essa ansiedade,
Lembra-se dos velhos tempos,
Recorda dos bons momentos,
De ser homem de verdade.
O jeito então é valer-se,
Dos milagres da ciência,
Que pode o cara acordar,
Da enorme sonolência,
E deixar forte o caniço,
No jeito para o serviço,
Sem peso na consciência.
O pobre do velho vive,
Com o Judas desmaiado,
Desanimado e triste,
Cantando desafinado,
Olha pra grama cortada,
Mas a chuteira coitada,
Tem os cadarços quebrados.
A velha chama o velhote,
Pra misturara o tempero,
O coitado se arrepia,
Quase entra em desespero,
Ver a aranha assanhada,
E a bengala quebrada,
Seu sonho é pesadelo.
Volta a lembrar-se do tempo,
Que se foi com a idade,
Quando pra fazer a festa,
Era só sentir vontade,
Não tinha dor ou canseira,
O prazer era brincadeira,
Então chora de saudade.
Corre então para o Viagra,
O azulão milagroso,
Convencido do sucesso,
Fica todo corajoso,
Vira o maior falastrão,
Enfrenta até Lampião,
Sentindo-se poderoso.
Os velhos de hoje em dia,
Esquecem-se da idade,
Só querem menina nova,
Repletas de vaidades,
Sente-se o afortunado,
Sem pensar que o resultado,
É ser corno de verdade.
Não tem erva que dê jeito,
Quando a carroça emperra,
Nem engessando o sujeito,
Deixa o pronto pra guerra,
Dessa forma os raizeiros,
Levam todo seu dinheiro,
Na cura do papa-terra.
Essa é a estúpida burrice,
De uma grande maioria,
Em homens de terceira idade,
Encherem-se de fantasias,
Lembram da fase do lobo,
Mas esquecem que sem fogo,
Não se esquenta bóia fria.
Vai aqui o meu conselho,
Aos velhotes em geral,
Que gostam de aventuras,
Que pro jovem é normal,
Meus amigos vão rezar,
Pois a morte perto está,
Como galardão final.
18/04/2011.