DESAFIOS DA PAIXÃO
Miguezim de Princesa
I
Os políticos vaidosos,
Reclamando sem parar;
Os machistas de plantão,
Sem conseguir agüentar,
Dizem que Dilma é mandona,
Num estilo bem matrona,
No jeito de governar.
II
Que homens não levam nunca
um desaforo pra casa.
E que, se isso ocorrer,
Vão se transformar em brasa
E algum político ingrato
Vai levar muito barato
Um disparo em sua asa.
III
Dilma parecia feiosa,
Mas, depois da eleição,
Apareceu sorridente,
Na maior animação,
Igualmente uma donzela,
Numa cena de novela
Toda cheia de paixão.
IV
Eu falava mal de Dilma,
Por causa da grosseria
E da carreira que deu
Num amigo que saía,
Mas, depois da eleição,
Eu falo do coração:
Ela me inspira poesia.
V
E como sei que ela gosta
Do poeta popular,
Eu peço que ela bote
Uma creche em cada lugar,
Uma casa de poesia
Com rimas de alegria
Para a criança embalar.
VI
Nos hospitais do Brasil,
Seja decência certeira:
Que nunca se morra à míngua,
Pois melhor é a cartucheira
Onde uns têm tudo farto
E mulheres morrem de parto
Nos braços de uma parteira.
VII
Se as greves se sucedem
Na área de Educação,
É porque os governantes,
Sem suportar a pressão,
Não fazem o novo caminho
E caem no redemoinho
Da pauta de condição.
VIII
No Distrito Federal,
Tenho certa minha viagem:
O governador precisa
Organizar a bagagem,
Integrar os liderados
E dar um não arretado
A toda e qualquer chantagem.
IX
Cumprir bem os compromissos
Que assumiu na campanha,
Não esquecer companheiros
Que secaram até a banha.
E, depois de ajeitar,
A gente comemorar
Com a mais sublime champanha.
X
Eu quero é juntar de vez
Razão e dedicação:
Dilma bem compenetrada
Nos desafios da Nação
E Agnelo Queiroz
A resgatar nossa voz
De esperança e de paixão.