CARMELA

CARMELA

Debaixo deste sombreiro,

A moça vê o carroceiro

vem chegando sorveteiro,

com doce do umbuzeiro.

É gostoso, mas visguento,

O vendedor perebento

Puxa o carro no relento,

Prá recolher seu sustento.

A moça agora saciada,

Olha bem prá passarada

Por sua mãe é chamada,

Volta andando na calçada.

Outro dia despontou,

A Carmela acordou

Prá meiga mãe implorou,

E por fim manipulou.

Quer ver o namorado,

bom tempo já é passado

O tal moço desgraçado,

Não contou que é casado.

O pai dela é carpinteiro,

Quando souber bem ligeiro

Vai haver um tiroteio,

Pra furar o forasteiro.

Um vizinho muito manso,

Certo que ganha rancho

Vai acoitar no remanso,

da lagoa de seus gansos.

Mas o tal sobe correndo,

A culatra espremendo

Morto de medo gemendo,

O homem sai escafedendo.

Zastra
Enviado por Zastra em 15/04/2011
Código do texto: T2910649
Classificação de conteúdo: seguro