Desafio Nordestino
Se tú te julgas "home!
Se aguenta passar fome
Vem viver aquí mais eu
Sem ter nada prá comer
Siquér água pra beber
]Nem sabe se já não morreu
É dura, no sertão a vida
Nunca sara esta ferida
É vida pra forte, sòmente
Deus devia premiar
)s nordestinos, por aguentar
O destino tão "sofrente"
Plantar em tão duro chão
Prá colher só ilisão
De ter algo pra comer
Nem bem chega a brotar
O sol vem e faz secar
Só aumenta o sofrer
Ser mais justo Deus seria
Fazer chover por um dia
No ano;Só um pouquinho
Prá brotar uns pés de milho
Prá sustentar nossos filho
Que estão magros de dar dó
Rezo muito todo dia
Peço pra Virgem Maria
Pra escutar minhas preces
Pra que chova no sertão
E que molhe nosso chão
Só pra ver algo crescer
Uns bagos de feijão de corda
Só pra ver se as "crias" engorda
E, louvar Deus, que ajudou
Ao escutar nossas preces
Ajudar quem merece
Quem com muita fé rezou
Tenho uma cabra, a Elvira
De onde o leite se tira
Das crianças, a "sustança
Misturada com farinha
Faz de conta, mentirinha
È comida de "festança"
Um dia por certo isto acabe
Por sorte, fé ou milagre
Um tiquinho dágua despenque
Pra brotar couve, feijão
Nascer deste sêco chão
Algo que nos sustente
Só a fé não alimenta
Se de pé não se aguenta
Quem nada tem na barriga
Se, criança gorda se vê
É miragem, pode crer
Que na certa é lombriga!
Levanto com as galinha
Prá ver se lá na rocinha
Nasceu alguma coisa enfim
Creio, estou sendo "testado"!
Nada vejo de brotado
O que quer, meu Deus, de mim ?
Talvez que O ajude a pagar
Todos os pecados saldar
Isto faço, e bem contente
Pois já disse, sou o "home"
]Aguento, mesmo com fome
Só pra ver feliz minha gente
Gente cá do nordeste
Sofrido povo do agreste
Que nasceu sò pra sofrer
Somos todos brasileiros
Povo bom, hospitaleiro
Aquí vivo e vou morrer.