TIMBAÚBA, PRINCESA SERRANA III

À direita do rio das capivaras

A semente plantada germinou

Entre os morros a mais rica seara

Toda zona da mata norteou

Quando Deus lá de cima arquitetou

Cada traço do mundo e a natureza

Reservou-te o trono de princesa

E cercou-te de serras por inteira

Te habitando da gente mais guerreira

Dos teus trunfos, esplêndida grandeza!

Quem nasceu e cresceu no teu quintal

Só encontra razões pra te amar

Impossível alguém não se encantar

Com o verde do teu canavial;

A sabença do cidadão rural;

Tuas quartas e sábados de feira;

As igrejas, as praças, a rua inteira;

Pontilhão, estação e o trem passando

Carregado e ainda carregando

Mais um “mói” de menino na traseira!

Assim, sendo teu filho natural

É normal tanto amar tua ribeira

E morando tão longe ao teu curral

Mais ainda a saudade alvoroceira...

Ah, se eu fosse da cana queimadeira

Um alado e pequeno malunguinho

Eu voando tomava o teu caminho

E caia tranqüilo em teu regaço

Pra sentir outra vez o teu abraço

E o mormaço amoroso do teu ninho!

João Pessoa, 11/04/2011.