exclusão

Criação de Gisele e Edilson

No meio da exclusão

Terra que não chove tanto

A cultura é da plantação

Mas quando a lavoura cresce

A cultura enriquece

Porque choveu no sertão

O pássaro canta a canção

O milho amadurece

O povo que tanto merece

Faz festa pra são João

Xote xaxado, baião.

Quadrilha, arraia e quermesse.

Tudo isso resplandece

No luar do meu Sertão

Pinga pra ficar bebão

De um jeito ou de outro agradece

Beatas fazendo prece

Juntando a palma da mão

O terço que faz menção

A cultura que conhece

Tudo ali acontece

Com grande satisfação

No terreiro um capão

Assim que o dia amanhasse

E no almoço favorece

Uma panelada de pirão

Um cozinhado de feijão

No fogo já efervesce

Farinha, arroz amolece.

Milho assado no carvão

Sonhei deitado no chão

E logo me entristece

Que tudo ali permanece

Longe do meu coração

No meio da exclusão

Que nenhum de nos merece

O meu corpo adormece

No meio da multidão