ENTARDECER

(sextilha)

Por detrás daquelas matas

O Astro rei vai descendo

Deixando um toque de luz

O seu ouro escondendo

Convite para o descanso

Pois está entardecendo.

Cansaço denota o corpo

Da terra sobem vapaores

Cisnes, patos e as garças

Toda espécie de voadores

E quem já tem companheira

A demonstrar-lhe os amores.

Criançada em alvoroço

Já retornam da escola

Beata ora na igreja

E ao passar deixa esmola

Ao irmão necessitado

Pois a miséria lhe assola.

Uma estrelinha espoca

Lá no alto firmamento

O padeiro a trabalhar

Farinha, leite, fermento

Lavadeira a recolher

A roupa secada ao vento.

Eu confesso envergonhado

Que nada disso eu vi

Pois ainda apatetado

Dos mistérios que viví

Uma tarde de ressaca

Trapo velho: Eis aqui.

Pescaria deu em nada

Eu aqui me contorcendo

De ressaca e de medo

Tres litros andei bebendo

O dia passou, eu nem sei,

Pois já está entardecendo.

Vejam só a interação maravilhosa da querida poetisa Rosa Ramos

Meus parabéns, meu colega

E meus agradecimentos.

Com suas doces palavras

Proporcionou-me momentos

De paz e de nostalgia

Como música de acalento...

(Abraços rimados.)

Rosa Ramos.

Pedro Gonzalez
Enviado por Pedro Gonzalez em 29/03/2011
Reeditado em 30/03/2011
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