ENTARDECER
(sextilha)
Por detrás daquelas matas
O Astro rei vai descendo
Deixando um toque de luz
O seu ouro escondendo
Convite para o descanso
Pois está entardecendo.
Cansaço denota o corpo
Da terra sobem vapaores
Cisnes, patos e as garças
Toda espécie de voadores
E quem já tem companheira
A demonstrar-lhe os amores.
Criançada em alvoroço
Já retornam da escola
Beata ora na igreja
E ao passar deixa esmola
Ao irmão necessitado
Pois a miséria lhe assola.
Uma estrelinha espoca
Lá no alto firmamento
O padeiro a trabalhar
Farinha, leite, fermento
Lavadeira a recolher
A roupa secada ao vento.
Eu confesso envergonhado
Que nada disso eu vi
Pois ainda apatetado
Dos mistérios que viví
Uma tarde de ressaca
Trapo velho: Eis aqui.
Pescaria deu em nada
Eu aqui me contorcendo
De ressaca e de medo
Tres litros andei bebendo
O dia passou, eu nem sei,
Pois já está entardecendo.
Vejam só a interação maravilhosa da querida poetisa Rosa Ramos
Meus parabéns, meu colega
E meus agradecimentos.
Com suas doces palavras
Proporcionou-me momentos
De paz e de nostalgia
Como música de acalento...
(Abraços rimados.)
Rosa Ramos.