E ONDE SERIA ABROLHOS?

Eu encontrei por acaso
Algo que me trouxe o vento
Busquei bem rápido um acento
Para ler o encontrado.
Meu olhar encheu-se de água
Quando percorri com os olhos
Assinava alguém de Abrolhos
Um bilhete cheio de mágoa.

A pessoa que escreveu
Quase só se lamentava
O tanto que ela chorava
Simplesmente me comoveu
Porém eu não entendia
O que vinha a ser Abrolhos
E com lágrimas nos olhos
O bilhete percorria...

Foi quando passado um tempo
E com o bilhete nas mãos
Consultei meu coração
Enquanto continuava lendo
Quem sabe através do vento
Eu não teria encontrado
Alguém tão desesperado
Exato naquele momento!

E como se fosse possível
Fui tentar achar um meio
Acessar alguns e-mails
Aquilo era tão incrível!
Mesmo assim fui procurar
Por incrível que pareça
Quando se quer que aconteça
Tudo volta ao seu lugar.

Encontrei quem procurava
Através de uma pesquisa
Foi muito mais que conquista
Até mais do que esperava...
Depois de tudo arranjado
Conquistei mais um amigo
Feliz por ter sido ajudado,
E mais que agradecido.

Pois quando achei o apelo
Sentia-me quase tão só
Que até de mim tinha dó
E entrei em desespero;
Seria imprescindível
Que eu fosse procurar
Um jeito para ajudar
E não seria impossível...

Confiei na intuição
Mesmo com lágrimas nos olhos
O meu destino era Abrolhos
E ouvi meu coração.
E quando se tem certeza
Daquilo que se quer fazer
Finca pé e sem temer
Joga alto, vira a mesa...

E assim nós conseguimos
Dividir o sofrimento
E com um só pensamento
Seguimos noutro caminho.
Não mais com lágrimas nos olhos
Nem temendo a solidão
Só ouvindo o coração
Dissemos adeus a Abrolhos.

Brasília, 28/03/2011