NOBRE POETA ESCRITOR / JOSÉ SOARES DE SOUZA
(Homenagem ao meu amigo Poeta José Soares).
01
Aos três dias de fevereiro
Do ano dois mil e sete;
Uma notícia risonha
No Estado se repete
Que chegaria a Natal
O nobre escritor do nordeste.
Vinha visitar seu povo
O genro, a filha e a neta,
E abraçar os amigos
Sua verdadeira meta
Palestrar poeticamente
Na cultura predileta...
Para assistir a chegada
O povo se preparando;
Tudo alegre e contente
Satisfeito e palestrando
Na chegada os amigos
Se levantaram abraçando.
02
Doutora Solange a filha,
Nossa médica competente;
O genro Dr. Manoel Carlos,
Priscila, a neta excelente,
Zé Soares o patriarca
Dessa família eminente!
Ele, o genro e a filha,
Numa alegria tamanha;
Com prazer extraordinário
Vieram abraçar Saldanha
São colegas culturais
Das coisas que a mente sonha.
Saldanha entrevistou o Amigo:
Meu escritor! Chegou quando?
Resposta de Zé Soares:
Faz pouco mais de uma hora;
E já veio me visitar?
Não podemos ter demora
O amanhã não se conhece
É o hoje e o agora!
0 3
O genro e a filha saíram
Mas Zé Soares ficou;
Relembrando algumas coisas
Que já há tempos passou;
Começou a chegar amigos
E a palestra aumentou.
Pronuncias de Zé Soares
Um pensador veterano;
Lhe perguntaram a idade:
Eu vou dizer sem engano
Não vou negar pra ninguém
Tenho noventa e quatro anos.
Se acaso tem essa idade
Está possante demais;
A lembrança muito boa
Sua pele é de rapaz,
Ninguém hoje imita o povo
Daqueles tempos atrás!
O entrevistador saiu
Lhe admirando a idade;
Saldanha falou pra ele:
Soares fale a verdade!
Você aumentou nos anos
Uma certa quantidade!
0 4
Soares respondeu sorrindo:
Eu sou um tanto preparado;
Eu dizendo que tem oitenta
Dizem: está um tanto acabado!
Eu estando perto de cem,
Dizem: está bem conservado!
A palestra entre amigos
Continuou fortemente;
Zé Soares respondendo
As perguntas recentemente,
O pessoal lhe escutando
Muito calmo e sorridente.
Soares cordialmente
Muito alegre palestrando;
De vez enquanto um amigo
Chegava lhe abraçando,
Era o filme da vida
Que estava se apresentando!
Chegou à filha e o genro
Com cuidado e atenção,
Levaram José Soares
Para fazer refeição;
Só eles mesmos sabiam
Cuidarem com precaução.
0 5
Zé soares levantou-se
Se despediu abraçando;
E os amigos ficaram
A palestrar relembrando
Algumas coisas da vida,
Uns para os outros falando.
Antonio Guilherme, o literário,
Palestraram ambos os dois,
Uns certos diagnósticos
Que Zé Soares propôs
Sobre o hoje, o agora,
O amanhã, o depois!
Depois da nossa palestra
Com cindo dias à frente;
Uma triste reportagem,
Uma notícia intermitente:
Um ataque fulminante
Matou Zé Soares urgente.
Do Estado Sergipano
Ao Rio Grande do Norte;
O jornal fez transmissão:
Lamentando sua morte,
Do escritor nordestino
De letra cultura e porte.
0 6
Lindas e belas canções
Que Zé Soares escreveu;
Que ficaram registradas
Nas páginas do livro seu,
Serão lidas no futuro
Por quem não lhe conheceu!
Tudo que ele escreveu
Foi no sorriso, na calma;
Seus trabalhos merecem
Méritos, louvor e palma,
Nobre livro sentimental:
Retalhos de minha alma!
Um ilustre paraibano!
Foi dono de livraria,
De Patos a Campina Grande,
Escritório e tipografia
E foi gerente de branco
Com muita categoria!
Lindas e belas canções
Que Zé Soares escreveu;
Que ficaram registradas
Nas páginas do livro seu,
Serão lidas no futuro
Por quem não lhe conheceu!
07
Tem um provérbio que diz:
Que o escritor não perece;
Apenas seu próprio vulto
Da terra desaparece;
A cultura o imortaliza,
O nome nunca se esquece!
ZÉ SOARES Deus levou!
Era amigo e pontual;
Sua lógica cultural
Amigamente zelou,
Lembrança forte deixou
Das lutas que se resolve;
A cultura energicamente promove:
Nome de alguém que morreu!
Heróico escritor falece,
A cultura fica e não morre!
Data 1a. Edição: março/2007
AUTOR: José Saldanha Menezes Sobrinho ( Zé Saldanha) – nascido em 23 de fevereiro de 1918, aos 93 anos, é atualmente o Cordelista mais velho do Rio Grande do Norte, em Plena Atividade
ENDEREÇO: Recanto do Poeta ( zesaldanha@hotmail.com )
Rua Irineu Jóffili, 3610, esquina com Rua Piató -Candelária -Natal(RN)
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