AMANHECER
(Decima)
Madrugada num pesqueiro
Falava eu dum clarão
Que chamou minha atenção
Me arrepiou por inteiro
Se acendeu feito um braseiro
E trovejou qual trovão
Em noite de assombração
Daquelas que o vô contava
E a criançada escutava
Em suspensa respiração
Mornamente amanhecia
De novo tudo se acalma
Pra encomendar a minh'alma
Eu rezava Ave Maria
Pois os mistérios deste dia
Trouxe à tona os meus medos
Não atinava os segredos
Que se escondia por trás
Daquele evento fugaz
Que me tornou seu brinquedo
Amanhece na cidade
Amanhece aqui na roça
Faz o café sinhá moça
O Sol traz a claridade
Galo canta por bondade
Chamando pros afazeres
A desfolhar mal-me-queres
Poeta canta seu verso
Agradecendo o Universo
Por nos brindar seus saberes.
E eu ainda atônito
Passos lentos caminhava
Ofegante respirava
E o cunhado sardônico
Se ria de mim bem irônico
Pois nada tinha a temer
Era de tanto beber
Aquela falsa visão
Merlhor ver televisão
E de tudo se esquecer!
Mais uma vez a gentil interação do grande poeta Miguel Jacó.
Grato por engrandecer minha página de aprendiz!
A caridade é bem vinda
Nunca sejamos incapaz
Para não pegar berlinda
Nas coisas de satanás
Pois a coisa de universo
Pode haver um retrocesso
Bombardeando a pessoa
Que teve uma má conduta
Priorizando a disputa
Em busca de vida boa
Miguel Jacó