FALANO DÁGUA...

Me perguntaro isturdia

o quieu achava dágua

antes de começá cobrei:

me dê logo um copo dágua.

Ora a água é incontrada

num oiá chei de mágua

na muié quandi se despe

na barra da sua nágua.

No bêbo pé de balcão

qui só cunversa água

num pinguço se tremeno

cum sua barriga dágua.

No leite do sêo Tomé

quié aquela água

eu acho qui ele tira

de dento duma caixa dágua.

Até no choro infantil

do neném que num se acaba

a mãe em sono sutil

nos zoim boiano nágua.

No pobre se mardizeno

da vida chorano mágua

no feijão ino e desceno

inchado im panelão dágua.

Se dágua qué vê fartura

e ancim vô terminá

vá na praia criatura

se senta na bêra do má.

Agora lá no nordeste

quandi a chuva cai de foga

é água cabra da peste

que inté ela se afoga.

Sagüi
Enviado por Sagüi em 24/03/2011
Reeditado em 24/03/2011
Código do texto: T2867366
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