FALANO DÁGUA...
Me perguntaro isturdia
o quieu achava dágua
antes de começá cobrei:
me dê logo um copo dágua.
Ora a água é incontrada
num oiá chei de mágua
na muié quandi se despe
na barra da sua nágua.
No bêbo pé de balcão
qui só cunversa água
num pinguço se tremeno
cum sua barriga dágua.
No leite do sêo Tomé
quié aquela água
eu acho qui ele tira
de dento duma caixa dágua.
Até no choro infantil
do neném que num se acaba
a mãe em sono sutil
nos zoim boiano nágua.
No pobre se mardizeno
da vida chorano mágua
no feijão ino e desceno
inchado im panelão dágua.
Se dágua qué vê fartura
e ancim vô terminá
vá na praia criatura
se senta na bêra do má.
Agora lá no nordeste
quandi a chuva cai de foga
é água cabra da peste
que inté ela se afoga.