SALA DE AULA
Quando o professor entra na sala
Os alunos se agitam
E ele logo, muda o tom da fala
E na turma aparecem os que irritam
Três murros no birô abala
Que até pula o chiclete que mastigam
E na sala o bagunceiro se cala.
Ensinar é um exercício
Pro professor um ofício
Que dia a dia eu pratico
Ir pra sala de aula eu indico
Mas vá preparado amigo
Porque senão paga mico
Pros bagunceiros castigo
Na sala sempre tem um nanico
Que incomoda e eu replico
Porque vem logo o fuxico
Que fulano não fez a atividade que aplico
Dou-lhe logo um corretivo
O professor lida com aluno agressor
bagunceiro e transgressor
A seu favor só tem o delator
Que na confusão é o apontador
Dos colegas que atrapalham sem pudor
E pobre mestre fica com cara de pavor
É preciso ter pulso
Pra evitar a desordem
Se bagunçar eu expulso
Pois é preciso manter a ordem
Comandado pelo impulso
Até que a coordenadora e o diretor discordem
Todo dia quando o professor acorda
Vem logo aquele arrepio na hora
Lembra logo do aluno que amola
E seu coração já transborda
De tristeza daquela turma que recorda
O general que precisa por corda
Aí vem Piaget e vygotsky
com suas teorias
Mas só a gente sabe
Da realidade da sala de aula sombria
Na hora da agonia não há teoria
Pro aluno que a atenção desvia
Ser professor é ter multifaces
Ser pai, psicólogo,enfermeiro
Deixar sua vida em terceiro
Viver pro aluno roceiro
Cuidar do planejamento e roteiro
Ser um verdadeiro guerreiro