SALA DE AULA

Quando o professor entra na sala

Os alunos se agitam

E ele logo, muda o tom da fala

E na turma aparecem os que irritam

Três murros no birô abala

Que até pula o chiclete que mastigam

E na sala o bagunceiro se cala.

Ensinar é um exercício

Pro professor um ofício

Que dia a dia eu pratico

Ir pra sala de aula eu indico

Mas vá preparado amigo

Porque senão paga mico

Pros bagunceiros castigo

Na sala sempre tem um nanico

Que incomoda e eu replico

Porque vem logo o fuxico

Que fulano não fez a atividade que aplico

Dou-lhe logo um corretivo

O professor lida com aluno agressor

bagunceiro e transgressor

A seu favor só tem o delator

Que na confusão é o apontador

Dos colegas que atrapalham sem pudor

E pobre mestre fica com cara de pavor

É preciso ter pulso

Pra evitar a desordem

Se bagunçar eu expulso

Pois é preciso manter a ordem

Comandado pelo impulso

Até que a coordenadora e o diretor discordem

Todo dia quando o professor acorda

Vem logo aquele arrepio na hora

Lembra logo do aluno que amola

E seu coração já transborda

De tristeza daquela turma que recorda

O general que precisa por corda

Aí vem Piaget e vygotsky

com suas teorias

Mas só a gente sabe

Da realidade da sala de aula sombria

Na hora da agonia não há teoria

Pro aluno que a atenção desvia

Ser professor é ter multifaces

Ser pai, psicólogo,enfermeiro

Deixar sua vida em terceiro

Viver pro aluno roceiro

Cuidar do planejamento e roteiro

Ser um verdadeiro guerreiro

Alessandro Mello
Enviado por Alessandro Mello em 23/03/2011
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T2865739