VIDA EM COMUM
Que as pegadas das manhãs
cantem na fauna e na flora;
então nos rios que correm,
nas gotas d’água que escorrem
aos clarins da luz da aurora.
Ninguém deterá, em vão,
as floradas das manhãs,
aonde se vão pardais
orquestrarem festivais
ao som de liras louçãs.
Cânticos de novos dias!
O Sol a fazer-se orquestra,
bichos e gente carpindo
as alegrias de um lindo
vir a ser – todos em festa!
Mundo livre e solidário:
nações coirmãs, de fato,
e os haveres partilhados
entre os civis e soldados,
sem o egoísmo de um rato.
Mundo solidário, livre
do tacão de tantas guerras,
onde extravase alegria,
onde todos, com poesia,
tenham seus tetos e terras.
Livre, pois, a Humanidade!
Homem nenhum que se agache,
mas que ninguém o escravize
por esperteza ou deslize,
seja xavante ou apache.
Vida em comum que se faça,
e que a tenhamos nos trilhos;
um mundo em desuniões
vai marchar aos trambolhões
e, pois, não cria bons filhos.
Assim, no nosso planeta,
reine a concórdia serena!
De um todo somos as partes
e bem viver é das artes
o bem que mais vale a pena.
Fort., 19/03/2011.