GALOPE À BEIRA-MAR DO CORDEL E DO REPENTE

Vou falar dos grandes mestres do repente

Da Parcela ao Martelo Agalopado

Da Toada e do Quadrão, Moirão Voltado

Gabinetes e Sextilhas eloqüentes

A procura de versos vivem latentes

Nas cabeças dos poetas a sonhar

Com as rimas ricas soltas pelo ar

Inseridas nos versos de rua e praia

Estes mestres não são de fugir da raia

No rasante do Galope à Beira-Mar.

O repente e o cordel são siameses

O cordão umbilical é a cultura

A mesma que veio da literatura

Trazida para o Brasil por portuguêses

Aplaudidos pelo povo muitas vezes

Nos teatros e na feira popular

Como a estrela do oriente a pulsar

É o sangue na veia dos trovadores

Inspirando violeiros e cantores

No rasante do Galope à Beira-Mar.

De poetas o Brasil é um celeiro

Zé Pretinho e o imortal Cego Aderaldo

Patativa do Assaré e Arievaldo

Zé Limeira e o grande Pinto de Monteiro

Ivanildo Villa Nova é o primeiro

Na difícil arte de improvisar

A verdade ninguém pode contestar

A poesia popular é o painel

Onde reinam o repente e o cordel

No rasante do Galope à Beira-Mar

JotaCF
Enviado por JotaCF em 18/03/2011
Reeditado em 17/11/2011
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