GALOPE À BEIRA-MAR DO CORDEL E DO REPENTE
Vou falar dos grandes mestres do repente
Da Parcela ao Martelo Agalopado
Da Toada e do Quadrão, Moirão Voltado
Gabinetes e Sextilhas eloqüentes
A procura de versos vivem latentes
Nas cabeças dos poetas a sonhar
Com as rimas ricas soltas pelo ar
Inseridas nos versos de rua e praia
Estes mestres não são de fugir da raia
No rasante do Galope à Beira-Mar.
O repente e o cordel são siameses
O cordão umbilical é a cultura
A mesma que veio da literatura
Trazida para o Brasil por portuguêses
Aplaudidos pelo povo muitas vezes
Nos teatros e na feira popular
Como a estrela do oriente a pulsar
É o sangue na veia dos trovadores
Inspirando violeiros e cantores
No rasante do Galope à Beira-Mar.
De poetas o Brasil é um celeiro
Zé Pretinho e o imortal Cego Aderaldo
Patativa do Assaré e Arievaldo
Zé Limeira e o grande Pinto de Monteiro
Ivanildo Villa Nova é o primeiro
Na difícil arte de improvisar
A verdade ninguém pode contestar
A poesia popular é o painel
Onde reinam o repente e o cordel
No rasante do Galope à Beira-Mar