SOU CIDADÃO NATALENSE

Eu venho do sertão alto

De apragata ou pé no chão,

Sou matuto do sertão

Matuto homem do mato,

Sou um sertanejo nato

Lá do Sertão Santanense

Das terras seridoense

Vim lá daquele solo,

De bisaco a tiracolo

Sou Cidadão Natalense!

Venho numa viajada

Do interior do sertão

Fazendo uma excursão

Numa longa caminhada,

Viajando a madrugada

Nas terras que me pertence,

Do Estado Riograndense

Vim atravessando o solo,

De bisaco a tiracolo

Sou Cidadão Natalense!

Trinta anos em Natal!

Saudades do meu sertão,

Da terra da promissão

Da beleza pontual,

Sertão bonito e legal;

Mas o povo me convence!

Faz com que eu repense:

-Cheguei sem torcicolo

De bisaco a tiracolo

Sou Cidadão Natalense!

-Atravessei montes e serra

No matagal sertanejo

Para cumpri meu desejo

Que minha mente não erra,

Deixei o meu pé de serra

Do sertão que me pertence

Do Estado Riograndense

Eu atravessei o seu solo

De bisaco a tiracolo

Sou Cidadão Natalense!

Na Cidade Espacial

Os pontos de baluartes,

A capitania das Artes

De estudo especial

E com poetas pontual

Lá nos arquivos convence

Que memória não se vence,

Trabalhei de solo a solo,

De bisaco a tiracolo

Sou Cidadão Natalense!

Eu venho lá do sertão

Estudando, fazendo prova,

Para Academia de Trova!

Venho fazendo excursão

Com cuidado e atenção,

A cultura não me dispense

O estudo não se vence,

Completo meu protocolo

De bisaco a tiracolo

Sou Cidadão Natalense!

Eu nasci numa fazenda

De uma beleza tamanha;

O Piató do Saldanha

Parece até uma lenda!

Precisa que o mundo entenda

Das coisas que o tempo vence,

Mais tudo lá me pertence

Hoje em Natal me consolo

De bisaco a tiracolo

Sou Cidadão Natalense!

Piató hoje em Natal

É a rua que moro nela;

Pequena, suave e bela,

De vizinhança especial;

Tenho uma família legal

Amigos que me pertence

Amizade que não se vence

Aqui ganhei mais um solo,

De bisaco a tiracolo

Sou Cidadão Natalense!

Ao redor da minha casa

Plantei flores e fruteira;

Tem cajueiro e mangueira

Que enfeita e me extravasa,

Os pássaros batendo asa

Cantando o que lhe pertence,

Minha vontade não se vence

De zelar o sobre solo,

De bisaco a tiracolo

Sou cidadão Natalense!

Quero agradecer com amor

Ao povo amigo de Natal

De íntimo intelectual

De conhecimento e valor!

George Câmara, originador

Do titulo que me pertence

Peço a Deus que lhe compense,

Nessa noite eu cantarolo

De bisaco a tiracolo

Sou Cidadão Natalense!!!

Autor:

Zé Saldanha, aos 91 anos de idade, em agradecimento pelo Título de Cidadão Natalense em 13/03/2009