A HISTÓRIA DE AMOR DE CLODOALDO

CONSIDERAÇÕES AO AUTOR

Os grandes feitos da humanidade, a saga daqueles que fizeram a História, passaram de geração a geração através de relatos verbais e/ou literários sob forma de romances, textos épicos, poéticos, ou seja, através da literatura, expressa em infinitas formas. Assim, foram preservados acontecimentos, agentes efetivos do tempo presente.

É isto que o poeta Luiz Pereira da Costa faz, com esta coletânea de Romances: Retrata através da mais autêntica expressão nordestina, a literatura de cordel, a saga de duas personalidades da história Tocantinense.

Com isto, o autor, não só presta uma merecida homenagem, retratando acontecimentos verídicos através de versos e prosas bem elaborados, como também preservar a história Tocantinense, que podem servir de base para alunos das diversas classes sociais do nosso Estado.

Ao “ prosear” ritmicamente as conquistas desses dois grandes políticos Tocantinenses, Siqueira Campos e seu filho Eduardo Siqueira Campos, o autor e poeta Luiz Pereira da Costa junta dois recursos irresistíveis à atenção do leitor: primeiro é o próprio enredo rico em acontecimento provado apenas por homens de estirpe.

Segundo a maneira alegre, atrevida e criativa como é narrado o livro, através da literatura de cordel. Estilo que caracteriza perfeitamente o guerreiro povo nordestino, do qual Siqueira Campos e parte.

Esta coletânea de Romances representa mais uma rica opção, tanto de lazer quanto de valor histórico. É sem dúvida, um exemplo do esforço de seu autor em continuar, como fizeram desde a Antigüidade, imortalizando os acontecimentos que provocarão o futuro.

E neste contexto, muitos homens serão homenageados e lembrados por gerações, enquanto outros serão esquecidos e desprezados.

Isto é, sem dúvida, História, a maior riqueza que um povo pode desfrutar.

Adriana Pinheiro Rodrigues

Jornalista: Assessora de Comunicação

da Assembléia Legislativa do Estado do Tocantins - TO

2006 by Luiz Pereira da Costa, 1959

Direitos em língua Portuguesa reservados ao autor pela Veloso editorações 2005.

Capa e ilustrações. www.advir.com.br .com

Revisão ortográfica:

Irmão – Fernando César Lima de Paula

Escritor e Poeta

Pedidos dessa obra podem ser feitos diretamente ao autor no seguinte endereço.

Luiz Pereira da Costa

poeta.luiz@gmail

Fones: (63) 9911.5477

FICHA CATALOGRÁFICA

_________________________________________ 84 COSTA. Luiz Pereira da. 1959

ASDlui Os últimos três anos da vida de Jesus na terra – Transcrição do Livro da Bíblia Sagrada, segundo São Marcos, para a Literatura de Cordel

236 p.

conteúdo. 1. Literatura de Cordel – 2 Literatura tocantinense.

CDD – B869.800

CDU – 869.0(81)-9

________________________________________

Direitos reservados exclusivamente ao autor. Qualquer trabalho desse livro pode ser usado livremente, desde que sejam citadas as fontes. Os infratores estarão sujeitos às penalidades previstas na Lei Nº 9.609/98 (Lei de Direitos Autorais).

LEMBRETE

Tudo o que fazemos aqui na terra tem recompensa e prejuízo,

Se praticamos o bem,

Somos recompensados com o bem.

Se praticamos a maldade,

Pagaremos pelos nosso erros com toda certeza.

LITERATURA BRASILEIRA. 2003

Literatura Tocantinense 2003

PREFÁCIO

Este trabalho literário, o qual intitulei de COLETÂNEA DE ROMANCES, faz parte das 200 obras escritas por mim, para mostrar o Cancioneiro Popular, muito difundido no Nordeste em versos e prosas, que veio da Espanha e Portugal, por ocasião do descobrimento do Brasil. Tendo o nome de: Pleigos Sueltos (Espanha) e Folhas Soltas ou Volantes ( Portugal), vindo assim, mais tarde, fazer parte da Literatura Brasileira conhecida como: Literatura de Cordel, tendo em vista que seus criadores usavam cordões esticados nas feiras livres para esporem seus trabalhos que eram feitos em formas de folhetos.

A história de amor de Clodoaldo e Capitu,

compõem esta obra que exalta a história de uma moça humilde que se envolveu com drogas, tendo que ser internada em uma clinica para se recuperar. É uma história da minha mente baseada em uma história verdadeira, escrita em versos e prosas, para dar mais brilho as linhas da literatura de cordel, que se tornou uma paixão para mim.

AGRADECIMENTOS

A Deus em primeiro lugar, por ter me dado sabedoria, coragem e disposição para escrever e persistir, ser paciente e ter sempre o bom senso de nunca ultrapassar os meus limites, para conseguir aquilo que desejo.

Ao meu Pai que me ensinou a ter pelos amigos sempre consideração, dar mais de mim do que querer receber em troca e amar ao meu próximo como a mim mesmo.

A todos os amigos que conquistei pelo mundo, nestes meus 44 anos de vida.

“ Aprender é uma arte que somente a força de vontade é capaz de pintar na tela da vida”.

“ O medo de ousar.

Faz com que esqueçamos os sonhos mais belos e ousados que temos na vida.

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho literário a todos os meus amigos que compreenderam a minha luta em busca dessa conquista e me deram apoio, força e coragem para nunca desistir.

A todos aqueles que como eu, fazem da leitura uma forma de viajar pelos horizontes de formas e cores somente imaginados por nós.

No mundo existem coisas

Difíceis de se aprender

Ainda mais quando se trata

De um profundo bem querer

Onde o ser humano pratica atos

Que não deveria fazer

Tenho certeza que Deus

Não faz nada por metade

Mesmo porque ele é correto

E sempre usa a verdade

Para recompensar o bem

Ou castigar a maldade

Clodoaldo era um rapaz

Humilde porém trabalhador

Um jovem de muita fibra

No entanto era um sonhador

Queria viver sua vida

Sempre na paz de Nosso Senhor

Mas a maldade humana

É forte e desleal

Quando encontra alguém perverso

Faz dele seu pedestal

Para dali se expandir

Contra o bem seu maior rival

Na cidade de Andradina

Um homem bastante malvado

Queria dominar o mundo

Como um ser potentado

E o seu ramo de vida

Era a lida com o gado

Seu nome era Coronel Antunes

Um dos maiores fazendeiros da região

Porém achava que o dinheiro

Compraria a sua salvação

E depois da sua morte

Das mãos de Deus o perdão

Tinha uma filha muito bela

Por nome de Fabiana

Que era um primor de pessoa

Quando se fala da beleza humana

Porém a sorte da moça

Era uma sorte tirana

Pois seu pai iria arranjar

Para ela um casamento

Como um homem bem mais velho

Sem o seu consentimento

Só porque aquele homem

Era o dono do momento

O velho era sisudo

Feio e muito fedorento

Fumava um cigarro de palha

Um verdadeiro tormento

Mais para o coronel Antunes

Um verdadeiro rebento

Fabiana quando nasceu

Deram a ela um apelido

Chamaram-na de Capitu

Porque acharam engraçado

Um sinalzinho de nascença

Com um anjo parecido

Este sinal de nascença

Ficava na maçã do seu peito

Era uma obra prima

Um desenho bem perfeito

Ela então foi crescendo

Fazendo tudo sempre direito

Mas o destino é quem marca

Onde e quando estar

Clodoaldo e Capitu

Teriam que se encontrar

E deles nasceria um grande amor

Pra saga continuar

Mas antes desse enlace

Entre Capitu e Clodoaldo

O rapaz teria que provar

Que não era só um homem honrado

Porém muito bom de briga

Para poder ser condecorado

Aos dezessete anos Capitu

Era uma flor em formosura

Nas redondezas não tinha

Outra com maior candura

Educada e prestativa

Alegre como uma pintura

Vivia sempre cantando

Simplesmente a pensar

Em viver um grande amor

Ser feliz e se casar

Construir sua família

E na vida prosperar

Sonhava que era uma princesa

Cortejada por todo mundo

No seu subconsciente

Tinha um desejo profundo

De conhecer um bom rapaz

Que fosse primeiro sem segundo

As vezes se sentava a beira de um riacho

E os peixinhos ficava olhando

Um sempre junto do outro

Nas águas azuis nadando

Como se fossem duas crianças

Pela vida namorando

Mas vamos deixar Capitu

Prestes a cair numa emboscada

E falar de Clodoaldo

Que na fazenda Aurora fazia uma parada

Para descansar o corpo

E seguir sua jornada

Eram três horas da tarde

Quando na fazenda ele chegou

Pediu pouso para o coronel Antunes

Que o mesmo hospedou

E como era seu nome

Sem receio perguntou

O rapaz então lhe disse

Clodoaldo é meu nome

Sou um viajante da vida

Trabalho para não passar fome

Vendo de tudo um pouco

De vestuário ao que se come

O coronel então chamou

Capitu para olhar

As mercadorias de Clodoaldo

Porque ele queria comprar

Uma bela peça de chita

Para a filha enfeitar

Capitu veio depressa

Toda alegre e faceira

Clodoaldo quando viu

Aquela flor tão trigueira

Ficou logo apaixonado

Imaginando besteiras

Capitu olhou para o rapaz

E sentiu seu coração tremer

Parecendo um bicho do mato

Querendo solto correr

Porém conseguiu se controlar

Para besteira não fazer

Clodoaldo mostrou-lhe tudo

Porém a sua atenção

Era nas palavras do rapaz

Que lhe ardiam no coração

Como se fosse fogo em brasa

Na ponta de um tição

Capitu escolheu primeiro

Uma linda peça de chita

Um anel e uma pulseira

Um chapéu com um laço de fita

Depois uma sapato de couro

E uma medalinha de Santa Rita

Clodoaldo aproveitou

No momento da emoção

E disse já que me comprou

Tudo com satisfação

Vou lhe dar como presente

Este lindo coração

O coração era um pingente

Feito de prata e ouro

Para colocar em um cordão

Como se fosse um tesouro

E enfeitar seu pescoço

Debaixo dos cabelos loiros

A noite logo chegou

E foram todos a mesa do jantar

Clodoaldo olhava Capitu

Louco a lhe admirar

Seu coração batia tão forte

Que dava para longe escutar

Do mesmo jeito Capitu

Sentia aquela atração

Como um fogo no seu peito

Queimando o seu coração

Deixando a moça aturdida

Invadida de paixão

No outro dia bem cedo

Clodoaldo despertou

E olhou para um jardim

E Capitu avistou

Parecendo uma estrela

De um profundo esplendor

Ele chegou ate ela

E falou da sua paixão

Que havia um fogo ardente

Queimando o seu coração

E a seu pai sem demora

Iria pedia a sua mão

Ela revelou a ele

Que o mesmo estava sentindo

Que dentro do seu coração

Um fogo estava queimando

Era uma paixão pelo rapaz

Como águas se esvaindo

Clodoaldo mais que depressa

Foi falar com o coronel

E disse-lhe que no dedo de Capitu

Queria colocar um anel

E tê-la como sua esposa

Rebuscada como o céu

No mesmo instante o coronel Antunes

Que era um homem ambicioso

Disse para Clodoaldo

Você é muito corajoso

De querer casar com a minha filha

O meu bem mais precioso

Ela é rica e bonita

Você é só um fanfarrão

Vive de vender bugigangas

Um pobre ser embrulhão

Procure o seu lugar

E tome sua direção

Ponha-se daqui para fora

Ou eu mando lhe meter a peia

Para você aprender

Que o óleo da minha candeia

E um azeite refinado

E não misturado a areia

Minha filha vai se casar

Com um homem de posição

Que possua o que eu possuo

E não com um ermitão

Que não tem onde cair morto

E além de tudo é bufão

Clodoaldo ficou arrasado

Quase a ponto de explodir

Porém os capangas do coronel Antunes

Fizeram ele desistir

Do que estava pretendendo

E pra bem longe sumir

Porém antes de partir

Na frente do coronel

Clodoaldo disse eu vou

Desempenhar o meu papel

E voltarei para me casar com Capitu

Ou viajarei para o céu

O coronel não deu ligança

Para as palavras do rapaz

No entanto Clodoaldo

Era um homem audaz

E voltaria aquela fazenda

Para limpar seu cartaz

Cinco anos se passaram

Clodoaldo se preparando

Para ir buscar Capitu

Que por ele estava esperando

Como o coração cheio de amor

E os olhos lacrimejando

No entanto o coronel Antunes

Tomou uma precaução

Colocou jagunços armados

Todos eles de prontidão

Para pegarem Clodoaldo

Se ele passasse da fazenda o mourão

Mas vamos deixar Clodoaldo

Com sua riqueza multiplicada

E falar de um velho fedorento

Que na fazenda também fez parada

E se encantou por Capitu

Aquela Deusa sagrada

O velho era muito rico

E de Capitu pediu a mão

No mesmo instante o coronel Antunes

Concedeu sua bênção

E marcaram o casamento

Para a noite de São João

Todos os preparativos

Foram feitos sem demora

Capitu pobre coitada

Estava vendo a hora

De com o velho ser casada

Deixando Clodoaldo de fora

No entanto Clodoaldo

De tudo ficou sabendo

E apressou sua viagem

A chifre queimando fedendo

Se fosse preciso ele matava

Ou acabaria morrendo

Já quase no final da tarde

Ele na fazenda chegou

Com vinte homens armados

E pela noite esperou

Pronto para uma guerra

Pra resgatar seu amor

Logo no portão da fazenda

Os capangas do coronel ele pegou

Amarrou todos no mourão

E o capataz ele usou

Quando chegou na fazenda

Dessa forma ele falou

Sou aquele fanfarão

Vendedor de bugigangas

Porém tenho bastante ouro

Dentro da minha capanga

Um trabuco na cinta

Que com pouca coisa se zanga

Vou levar Capitu comigo

Não tentem me impedir

Pois estou disposto a matar ou morrer

Para tirar ela daqui

Se não quiserem um derramamento de sangue

É melhor não me perseguir

O coronel ficou bufando de raiva

Mas nada poderia fazer

Vinte homens bem armados

Para Clodoaldo defender

A saída era deixá-los partir

Para na briga não morrer

Clodoaldo e Capitu

Cada um em um bom cavalo

Saíram em disparada

Que se podia ouvir o entalo

Como loucos pela estrada

Seguindo no seu embalo

Mas o coronel Antunes

Não iria deixar barato

Reuniu todos os seus homens

E correram pelo mato

A procura de Clodoaldo

Que iria pagar o pato

No entanto Clodoaldo

Esperava a sua ação

E ficou por ele esperando

Com as armas de prontidão

Como um touro enfurecido

Querendo enfrentar um leão

Quando o grupo foi chegando

A taboca comeu cerrada

Enquanto Clodoaldo brigava

Capitu estava escondida

Só ouvindo os pipocos

Como pipoca aquecida

Durante mais de uma hora

Se ouvia o barulhão

Balas corriam a solta

Negros rolavam no chão

Como bêbado na decida de uma ladeira

Quando leva um empurrão

Dois capangas do coronel Antunes

Restavam para lhe defender

Porém os três estavam cercados

Vendo a hora de morrer

Capitu disse a Clodoaldo

Vou pedir algo a você

Deixe o meu pai ir embora

Porque ele já está vencido

Não poderás nos fazer mal algum

Já teve o merecido

É um pobre desgraçado

Como restos de cozido

Clodoaldo tomou-lhe as armas

E mandou o mesmo ir embora

Pegou sua amada Capitu

E partiram sem demora

Para viverem um amor

Que a maldade ignora

O coronel Antunes vendo

Que tudo estava perdido

Pegou uma velha garrucha

Que ele trazia escondido

No mesmo instante se suicidou

Atirando no ouvido

Capitu ficou desolada

Com aquela sua ação sem critério

Levou o mesmo para a fazenda

E ò enterrou no cemitério

Depois se casou com Clodoaldo

Acabando assim o mistério

Clodoaldo e Capitu

Viveram de alegria

Sempre de bem com a vida

Fugindo da covardia

Como se fosse dois pombinhos

Rebuscados de poesia

A avareza e a usura

São armas muito perigosas

Nas mãos de pessoas sem escrúpulos

São muito silenciosas

Quando explodem matam quem as usa

De forma misteriosas

Clodoaldo e Capitu

Tiveram de Deus a bênção

Para viverem o seu amor

Com uma intensa paixão

Sobrepujando o mal

E a sua ambição

Findo aqui mais um enredo

Coberto de poesia

De beleza e encanto

Como manda a filosofia

Onde a canção fez o cantor

Pela sua melodia

Luiz Pereira
Enviado por Luiz Pereira em 17/03/2011
Código do texto: T2853948