DO OUTRO LADO DE LÁ

Autor: Zé Saldanha

(01)

Viajei no pensamento

No avião do destino,

Passei na barra do dia

No riso do matutino

Fui nas Ninfas Limbulosas

Lá das galáxias brilhosas

Passei pra São Sarafino.

Passei no mundo das Deusas

Do Reino da Pitonisa,

Onde a verdade flutua

Lá a mentira não pisa,

É um mundo preexistêncio,

Lá o campo é tão silêncio

Que o vento passa e desliza.

Do Reino da Pitonisa

Viajei pelos astrais,

Passei no mundo silêncio

No reino dos imortais,

Fui com tanta rapidez

E tão veloz dessa vez

Que deixei a luz pra trás.

(02)

De lá desci mais um raio

Mais o da frente era eu,

Fui percorrer os planetas

Do Astrônomo Galileu

Atravessei-o pra cá

Pro outro lado de lá

Do céu de Ptolomeu.

Passei nos astros que moram

As fadas mais verdadeiras,

As Pitonisas das cortes

Assombros das cordilheiras,

Misteriosas, encantadas

Das noites mal assombradas

Das visões das ribanceiras.

Fui nos campos de Minerva,

Passei na fonte colina,

Conversei com Anfretites

Nos astros de Procerpina

No Reino de bem me prese

Bem pertinho de betelquese

Depois do céu da neblina.

(03)

Passei lá pelos encantos

Das fontes de Aretuza,

Visitei as Vastidões

Dos campos de Ampeluza,

Fui percorrer os astrais,

Visitei os vendavais

Depois da casa da musa.

Fui à fonte das certezas

Que todas ciências têm

Passei no mundo das luzes,

Entre o mal e o bem.

Viajei em naves boas

Que num segundo as pessoas

Vão ao outro mundo e vem.

Passei na casa de Apolo

E do Bacon Deus do vinho,

Na casa da Formosura,

No reino do Deus marinho,

Passei no mundo da taça,

Vi Ana, Deusa da Caça!

Cupido e Deus do alinho.

(04)

Passei pelos labirintos

Do temor da penedia,

Fui pelo novo hemisfério,

Na brisa quente e na fria

Tudo do lado de cá;

Do outro lado de Lá

Cheguei ao romper do dia.

Fui parar na linha corte

Das Deusas das harmonias,

Na fonte bela dos cânticos

Das risonhas poesias

Pra onde vão os poetas

Lá também vi os profetas

Moisés, Jonas e Izaias.

Em todo canto da corte

Tem poeta em entrevista,

Perante uma nobre estante

Somente de cordelista,

Pernambucano e Cearense

Quem ainda não chegou lá,

Mas o nome está na lista.

(05)

Na hora que a gente chega

Tem logo banho pra tomar,

Banho em água de cheiro

Pra gente se perfumar,

Numa piscina sem fim

O toalhado é de cetim

Para a gente se enxugar.

Lindas roupas para vestir

Sem precisar ser comprada,

Do bom uniforme a gravata

Já vem selecionada,

Calçado, óculos e chapéu!

Parece que vem do céu

Justa certa e preparada.

Tem Deusas emparelhadas

Sorrindo ao lado da gente,

Espelhos por todos os lados

Mostrando o luxo decente,

Atravessando o lado de cá;

Do outro lado de lá

Tudo é muito diferente.

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AUTOR: José Saldanha M. Sobrinho ( Zé Saldanha) – nascido em 23 de fevereiro de 1918, aos 93 anos, é atualmente o Cordelista mais velho do Rio Grande do Norte, em Plena Atividade

ENDEREÇO: Recanto do Poeta ( zesaldanha@hotmail.com )

Rua Irineu Jóffili, 3610, esquina com Rua Piató -Candelária -Natal(RN)

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