Dicionário dos cornos... Humor * (de A a Z) Autor: Damião Metamorfose.
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Desde que o mundo é mundo,
Que existe a traição.
Primeiro foi à serpente,
Que traiu Eva e Adão.
Depois seu filho Caim
Mostrou o seu lado ruim,
Traindo Abel seu irmão.
*
Chifre não é ilusão,
Mas nem quem tem pode vê.
Eu vou citar alguns tipos
E vou explicar por que.
Pra quem é corno primário,
Leia o meu dicionário
Dos cornos, de A a Z.
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O primeiro do abc,
É o corno anfitrião.
Esse é o corno que faz sala,
Traz água, café e pão...
Quando o oponente está farto,
Ele é quem arruma o quarto,
Perfuma e esquenta o colchão.
*
O famoso Ricardão,
Que encara a feia ou bonita.
Faz todo tipo de corno
Que em nosso planeta habita.
E o segundo é o corno ateu,
Que é o que percebeu
Que é corno e não acredita.
*
O ambulância: é o que grita,
Para chamar a atenção.
O atleta: é o que vai jogar
E a mulher bate um bolão.
O atrevido: é o que se mete
Naquilo que só compete,
A mulher e o Ricardão.
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O acostumado: é o que não
Liga para o que é falado.
O azulejo: é o baixinho,
Liso, metido e quadrado.
O azarado: é aquele
Que a mulher troca ele,
Pela vizinha do lado.
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No (B) tem outro bocado,
O biqueira: sai da frente.
Fica sentado no oitão,
Olhando para o nascente.
Na hora do “vamos ver”,
Ele grita: vai chover!
Vou me molhar todo, gente.
*
O bravo: é o corno valente,
Leva chifre e quer brigar.
O brincalhão: pega os chifres
E faz piadas no bar.
O burro: flagra a mulher
Com um Ricardão qualquer
E exclama! Quer me explicar?
*
O Brahma: vive a pensar
Que é único no seu colchão.
O bateria, é que diz:
Vou tomar uma solução.
Barriga branca: é aquele
Que a mulher bate nele,
Ao tirar satisfação.
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No (C) tem uma porção,
Vou explicar por inteiro.
O que vive viajando,
É o corno caminhoneiro.
E aquele que a mulher chama
Para concertar a cama,
É o corno carpinteiro.
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Caninha: é o cachaceiro,
Só vai pra casa, travado.
O crente: crer que a mulher,
É honesta e ele é honrado.
Já o corno camarada,
Ao Ricardão da amada,
Dá é dinheiro emprestado.
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O cururu: fica inchado,
Quando vê o Ricardão.
Cd: é chato e redondo
E cheio de informação.
O churrasqueiro: abre o jogo
Diz: que põe a mão no fogo...
E o cebola é um chorão.
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Cego: ao ver sua paixão,
Fazendo uma caridade.
Pensa que é um curandeiro...
E ignora a verdade.
Cigano: é o que ao ser chifrado,
Muda pro bairro do lado
E diz: que é doutra cidade.
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No (D) tem variedade
E o primeiro que encontrei.
Foi o corno dinossauro,
Que diz: querida, cheguei!
E o corno desconfiado,
Deixa tudo revirado
Só pra dizer: nada achei.
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Detetive: eu não falei,
Mas eu vou falar agora.
Quando ele é contratado,
Faz tudo a tempo e na hora.
Enfrenta o que tem na frente,
Segue a mulher do cliente
E esquece a sua senhora.
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Desconfiado: ignora,
Todos sabem, ele não.
Dicionário: sabe os tipos
De cornos da região.
Denorex: não parece,
Mas é, e como padece,
Com piada e gozação.
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No (E) tem o Educadão,
Que respeita o oponente.
O executivo: trabalha
Esse é um corno ausente.
O elétrico: quando é chifrado,
Sempre diz: estou ligado,
Dessa vez vai morrer gente!
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No (F) esse é excelente,
Fraterno: é corno do irmão,
Frio: é corno e nem esquenta,
Seja em qualquer estação.
E o corno farejador,
Que segue o opositor,
Acompanhado de um cão.
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Fofoqueiro: é um falastrão,
Esse conta a todo mundo.
O Ferrari: é o que a mulher
Trai rápido, mas pisa fundo.
O Famoso: é convencido,
Só porque é conhecido,
Não quer fama de um segundo.
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O falso: é um corno imundo,
Porque nunca namorou.
Nunca viu uma fêmea nua
E nem sequer se casou.
Mas pra encobrir o fato,
É quem espalha o boato,
Que a mulher lhe chifrou.
*
No (G) o galo, esnobou,
Até nos pés é chifrudo.
Granja: dá casa e comida
E o outro é quem come tudo.
Gelol: pede pra entrar
No meio e participar,
Mas vai pro criado-mudo.
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No (H) esse é sortudo,
Só tem um na relação.
Mas não é número um,
Na família é tradição.
Vem de longe o seu fadário,
Ele é o corno hereditário,
É o pai, é o filho e o irmão...
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No “I” o corno inflação,
Cresce o chifre e a raiz.
Ioiô: é o que vai e volta,
Vai e volta e pede bis.
E tem o corno importado,
O que a mulher tem chifrado,
Dentro e fora do país.
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O internauta: é um infeliz,
Pois tenta se consolar.
Vendo outros cornos na web,
Enquanto a “dona do lar”
Na pratica faz a traição,
E tece com Ricardão,
Na lan house do lugar.
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No (J) é de amargar,
Só tem dois cornos sequer.
Jibóia: o que sempre dorme,
Enrolado na mulher.
E o Justiceiro: coitado,
Se vinga e vira veado,
Com o primeiro que quiser.
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No (M) não tem mister,
Manso: não quer confusão.
Mansoll: balança a cabeça
Quando vê o Ricardão.
Morcego: é o que aparece,
Só depois que anoitece
E faz a salivação.
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Masoquista: é o que não
Larga de jeito nenhum.
Medroso: fica escondido,
Mesmo que fique em jejum.
Matemático: ao ver fazendo
Meia nove, sai correndo,
Pra tomar, cinquenta e um.
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No (O) também só tem um,
Que é o corno Organizado.
Esse tem um sindicato,
É o primeiro associado.
Tem carteira carimbada,
Registrada e assinada,
Pra poder ser respeitado.
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No (P) tem o porco cevado,
Só come o resto, mas come.
Prevenido: liga antes,
Se tem alguém, ele some.
Político: é o que faz promessa,
Vou te matar, ora essa!
Mas não honra nem o nome.
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Papai Noel: passa fome,
Vende até as alianças.
Mas sempre volta dizendo
Que é por causa das crianças.
O preguiça: é descansado
Por isso chega atrasado
E os chifres parecem lanças.
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Quem não gosta de vinganças,
É o corno prestação.
Esse anota até as datas,
Pra evitar correção.
E o puxa saco, que diz:
Todo espontâneo e feliz,
O filho é nosso patrão!
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No (R) tem Ricardão,
Esse trai e é traído.
Recado: leva os bilhetes,
Risadinha: é o que tem lido.
Os tipos aí de cima
E mesmo assim se anima,
Sem saber por que tem rido.
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No (S) o mais prevenido,
Grita: epa! Um, dois, três...
Esse é o salsa e merengue,
Falando em bom português.
Salário mínimo: também
Nunca satisfaz ninguém
E vem uma vez por mês.
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O sonoro: toda vez,
Chega fazendo barulho.
Socialista: é o que divide
Com outros e tem orgulho.
E o sócio majoritário:
Faz Ricardão de otario,
Deixando-o com o bagulho.
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No (T) só tem pedregulho,
Teimoso: é o mais uivante.
Porque esse leva chifre
Da mulher e da amante.
Terremoto: quando ver
O outro, fica a tremer
E depois fica ofegante.
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No (U) nada de importante,
Só o uva: eu encontrei.
Esse já foi corno raro,
De imperador e rei...
Com o Nordeste irrigado,
Esse tipo tem vingado,
Em todo canto que andei.
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No (V) também pesquisei
E o que encontrei eu digo.
Vantajoso: é o que conta
Vantagens para o amigo.
E o ventilador: que gira
Em torno da sua ira,
Quando ver o inimigo.
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No (X) eu nem investigo,
O Xuxa: é o mais conhecido.
Esse não larga por causa
Do seu baixinho querido.
Nesses dias atuais
Com certeza, é o que tem mais
E a globo tem provido.
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Se algum foi esquecido,
Peço pra me desculpar.
E se agravei alguém,
Perdoe-me, só quis brincar.
Eu sou de paz e amor
E é só um Cordel de humor,
Com esse dito popular.
*
Mas se você não gostar
E quiser causar transtornos.
Venha aqui que eu vou serrar
As pontas dos seus adornos.
Soltar fogos de artifícios
E gritar nos orifícios,
Viva os cornos! Viva os cornos!
*
Fim.