Mente buliçosa
I
Deus, criador natural,
Criou toda essa beleza,
Criou o micro e a grandeza,
Fez o homem animal
Com aspecto de mortal;
Deu-lhe, porém na urgência,
Um pouco de inteligência
Pra usar em dose rara,
Mas, o homem cara a cara,
Quer com seu Deus competir
E começa a infringir
A lei natural, tão clara.
II
É triste! E paga cara
Essa desobediência;
Está quase na falência,
Pois destruindo a seara
Que Deus pra nós preparara,
Fica a mercê dos engodos:
Grandes vassouras e rodos
Que vemos com tão clareza
E nos varre a natureza,
Com seus enormes denodos.
III
Mostrando sempre seus modos
Com fúria e afoiteza,
A nossa mãe natureza
Mistura tudo aos lodos;
Não pega um pega todos,
Vai varrendo, vai varrendo
Com um estilo horrendo,
Não esquece uma paragem,
Faz a grande reciclagem,
Tudo, nós estamos vendo.
IV
Só que não estamos lendo
Os sinais que ela nos dá...
Há quem diga: vamos lá!
E loucuras vão fazendo.
O Deus vai entristecendo,
Mexendo lá seus botões,
Manda chuva aos borbotões,
Águas passam sem ter becos...
Outros lugares são secos;
Igual a infernais fogões!
V
E são muitas as nações
Que tem a demonstração
Muitas delas têm vulcão
Que promove invasões
Trazendo destruições
Pro povo todo em geral
Esta força natural
Traz fogo das profundezas,
É a zanga da natureza,
Mostrando o potencial.
VI
Num país oriental
Aconteceu bem recente
Um abalo, e é frequente,
Tão grande e descomunal;
Na TV e no jornal
Mostrou como é danoso;
Que o sofrimento é penoso...
Esse tsunami horrendo,
Leva tudo e vai varrendo
Simplesmente desastroso.
VII
O homem é buliçoso,
Se achando muito esperto
Vai mexer no que ta quieto;
Ele é mesmo é cobiçoso,
Inda que o mar tenebroso
Lhe assuste, ele explora,
Não tem dia e não tem hora
Pros avanços que ele faz
E se dizendo capaz
Vai destruindo a flora.
VIII
Mas isso não é de agora
Os tempos remotos são,
Homem vive a cavar chão
Por este mundão afora
Ninguém aqui ignora
Que ele procura riqueza,
Sobre vida, e fortaleza;
Porém nesta sua ação,
Promove a destruição
E enfurece a natureza.
IX
Desmata e tira a beleza
Das florestas tropicais
Com ações açoriais
Rios perdem a correnteza
Assim com toda certeza
Vai morrendo o planeta
E uma grande luneta
Aponta o fundo do mar
Quer o pré-sal explorar...
Esta ação inda é proveta.
X
Mas já saiu da gaveta
Tal projeto explorador,
O mundo tem monitor.
Humanidade capeta
Pra mamar procura teta
Esquece a destruição
E muda a poluição
Mas na revolta abusada
A natureza estressada
Faz dobrar a sua ação.
Zé Salvador.