Passano o carnavá in lençóis
Airam Ribeiro
Óia memo ondé
Qui fui passá o carnavá
Foi eu e minha muié
Qui danemo a pulá
Lá istava só nóis
No carnavá de lençóis
Ô trem bom pra daná.
Mexeno os esquelético
As coisa vinha e ia
Era o nosso trio elétrico
Nos dano aquela aligria
Vêiz in quando uma fungada...
Nun troco essa vida pur nada
Isso é qui é vida minha tia!
E tava nóis dois imbáxo
Daquele lençó lavadim
Uma femea e um maxo
Formano um só corpin
Lá pras tanta da madrugada
Ela falô tô suada
Vô tomá mais um bainzin.
Quando os dois se mixia
Virava aquele mixido
Ao som da cama qui ringia
Sortano um sonzin rangido
Quem já drumiu em cama véia
Sabe das prozopopéia
E desses meus ocorrido.
Aí nóis trocava de lençol
Devido ao suó qui caiu
Paremo ao nacê do sol
Quando a jinela se abriu.
Quando tudo terminô
O trio elétrico parô
E a cama nun mais rangiu.
Uns vai pras capitá
Outros pra Angra de Góis
Lá nun quarto do quintá
Tamemo lá fumos nóis
Funguemo e pulemo
Desse dia nun isquecemo
Nóis dois lá nos lençóis.