SOVAQUEIRA DO ESTOPÔ

Tão bonita, tão formosa

Que dava gosto de olhar

E olhando assim de longe

Eu ficava a imaginar:

S’uma chance ela me desse

Duvido que eu não fizesse

Ela se apaixonar!

Foi então que a vi chegar

Com seus dentes de marfim

Se sorrindo a refletir

O momento em que enfim

Aquela moça distante

Se chegava em meu quadrante

Dando a tal chance pra mim!

Porém aprendi por fim

A lição mais acertada

Que dizia Ataufo:

Laranja em beira de estrada

Se tá madura, é de certo:

Ou tem maribondo perto

Ou deve de tá bichada!

Pois antes mesmo a cantada

Qu’eu ia dizer pra ela

Fiquei murcho, abatido

Com a pele amarela

E sentido a vista fraca

Quase morro na inhaca

Vinda do sovaco dela!

E findando essa querela

Com a venta dada um nó

Enquanto que minha mente

Misturava riso e dó

Eu falei com um tom fraco:

Se fede assim no sovaco

Imagina o fiofó!

Timbaúba, 01/03/2011.