NATAL AOS OLHOS DE CÂMARA CASCUDO

Vou narrar alguma coisa

Do meu intelectual,

Tratando sobre as belezas

Da minha Terra Natal,

Lá no Bairro da Ribeira

Nasce a cultura geral!

Ribeira é o lindo Bairro

Da cultura popular;

De onde começa a luta

Dos ramos de estudar

Por amor a minha terra

Me dediquei ensinar.

Rua Chile, porto moinho,

Vejo as belezas de tudo;

Comecei a ensinar

Por amor ao estudo

Essa Natal de primores

Com prazer, eu lhe saúdo!

Da Ribeira ao Alecrim,

Cidade Alta também,

Temos as lindas escolas

A quem amo e quero bem;

Natal te admiro em tudo

Pelas belezas que têm.

Quem era mãe Luiza?

Parteira de nome e renome!

Por seus trabalhos prestados

Seu bairro contém seu nome,

A pessoa desaparece

Mas seu valor não se some...

O nobre Padre Sabino

Seu amor se concretiza;

Deu o batismo e o nome

Do farol de Mãe Luiza,

Como pai daquele bairro

Seu nome se imortaliza!

Eu relembro Ponta Negra

Das moças namoradeiras!

Da pracinha iluminada

Onde passeava as freiras,

Pracinha dos pescadores,

Pipoca e mulher rendeiras.

Tem o Morro do Careca

Que para subir se controla;

Lá em cima tem a brisa

Soprando em nossa cachola!

Em baixo tem folclórico,

Grupo, congos de calçola.

Felipe Camarão, Boi Calemba

De Manoel Marinheiro,

Brincando de folclórico

Do Nordeste Brasileiro;

Chico Antonio e Militana

Dois folcloristas altaneiro.

Redinha, rede de arrasta,

Colônia dos pescadores;

Tapioca e peixinho frito

São paladar de sabores

E a santa dos navegantes

Tem festivais de primores.

O bloco Cão é um grupo

De pescadores ideal;

Enlameia a cara e o corpo

Na época do carnaval

Bloco do Cão na redinha

É retratado em jornal.

Tudo é brincadeira e riso

São próprios filhos da terra;

Se enlameiam no mangue

Mas brinca certo e não erra,

É um carnaval de riso

Uma brincadeira sem guerra.

Recebi ricos convites

Pra morar fora daqui;

Mais amo e quero bem

A essa Terra de Poti

Eu nunca arredei o pé

Das margens do Potengí.

Viajei pela Europa

Mas somente passeando;

Olhando suas belezas

Realmente pesquisando

O tudo que vi por lá

Escrevendo e analisando.

Palavras de Saldanha

Fiz esse trabalho em verso

Direcionado ao estudo;

Mais eu não posso imitar

Aquele escritor raçudo

Não tem no nosso Nordeste

Quem possa imitar Cascudo.

José Américo de Almeida

Escreveu com muito estudo;

Rui Barbosa ainda cresce

Seu nome no conteúdo,

Mais no Rio Grande do Norte

Ninguém superou Cascudo...

Autor: Zé Saldanha

Rua Irineu Jóffili, 3610 – Candelária – Natal(RN)

e-mail – zesaldanha@hotmail.com

17/01/2007