Peçonha
Juvenal abriu a janela
e dela viu o jaleco
deixado no varal
ele medita e agitado pensa nela.
Coitado chora e derrama
lágrimas de paixão
mas sabe que estas águas
não aliviam seu drama.
Em dias de festa ele sonha
com a saia rendada em roda
alegre, agitada e fogosa
a morena instiga a peçonha.
Foi longe o sofrimento
Juvenal afinal desperta
se mexe levanta e anda
se coloca em desatino movimento.
Um amigo diz: vamos Venal
a vida está passando
tenta outra morena bonita
nem todas são infernal.
O dito foi verdadeiro
o moço agora faceiro
olha o jaleco de enfermeira
mais aliviado arruma o candeeiro.
Sua morena amamenta
um menino de seu sangue
alegre realizado e refeito
o pensamento velho foi embora ele nem se quer afugenta.