Peçonha

Juvenal abriu a janela

e dela viu o jaleco

deixado no varal

ele medita e agitado pensa nela.

Coitado chora e derrama

lágrimas de paixão

mas sabe que estas águas

não aliviam seu drama.

Em dias de festa ele sonha

com a saia rendada em roda

alegre, agitada e fogosa

a morena instiga a peçonha.

Foi longe o sofrimento

Juvenal afinal desperta

se mexe levanta e anda

se coloca em desatino movimento.

Um amigo diz: vamos Venal

a vida está passando

tenta outra morena bonita

nem todas são infernal.

O dito foi verdadeiro

o moço agora faceiro

olha o jaleco de enfermeira

mais aliviado arruma o candeeiro.

Sua morena amamenta

um menino de seu sangue

alegre realizado e refeito

o pensamento velho foi embora ele nem se quer afugenta.

Zastra
Enviado por Zastra em 27/02/2011
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