Acreditar ou não?
Tenho mesmo várias crenças
Nenhuma definitiva
São rumores de verdades
Que foram distribuídas
Espalhadas, misturadas
Esticadas, comprimidas
Uma que dou mais razão
É a de que são pedaços
Incompletas e restritas
Ouro, prata, ferro ou aço
Como verdade inserida
Por entre muitos espaços
Sinto existirem mistérios
Que o homem não alcança
Que estabelecem critérios
Mais ainda são crianças
De terreiro a monastério
Entre guerras e alianças
Filósofo, cientista
Religioso, alquimista
Curioso autodidata,
Tantos quantos desta lista
Seguem um trilho forjado
Que tratam como conquista
Uma certeza que tenho
É a da nossa impotência
Diante da natureza
Os parcos passos da ciência
Nem arranham com clareza
Reposta que nos convença
Semideuses acham que somos
Com uma força relativa
Que captam entre céu e terra
Fragmentos distraídos
E montam um quebra-cabeça
A cada instante vivido
É por essas e muitas outras
Que abro mão da convicção
E tenho só essa fé louca
De que as informações virão
Num tempo em que sejam poucas
As dúvidas que restarão