A ALEGRIA NO PALCO DA LOUCURA - Decassílabos
Sou palhaço do circo de um real
Onde a graça sai quase que de graça
Mas o riso sincero se transpassa
Da piada, pilhéria, do irreal.
Se a platéia me aplaude é um sinal
De que meu existir ainda importa
Na pobreza do circo me conforta
Os sorrisos terceiros, pais dos meus,
Honorários presentes, dons de Deus
Que a dureza dos dias, rindo, entorta!
Não qu’eu seja um eterno venturoso
Pois no rosto onde a boca o riso aflora
A menina dos olhos sofre e chora
Nos momentos do ardor mais tortuoso
Mas, amigos, sorrir é tão gostoso
E o sorriso a tantas dores cura
Que eu prefiro viver nesta ventura
A sorrir da pobreza e fazer rir...
Sou palhaço e o que eu faço é impelir
Alegria no palco da loucura!
Timbaúba, 22/02/2011.