REVOADA DA NOITE
Sou pássaro que voa
Não tenho onde posar
O meu ninho faz
Aqui em qualquer lugar
Sou uma garça triste
Que na eternidade jaz
Andarilho lá me vou
Na estrada a andar
A solidão da noite
É companheira, lá estar
Na calada armo a foice
Para um beijo roubar
Querendo degolar
Sanguinária tenho cede
Quem a cede pode matar
Uma noite sombria
Bem distante desse lugar
Passo a vida colhendo
Os rancores a amargar
Triste de quem tem
Uma sina para aquentar
As afrontes que fazem
E ainda de ruim não passar
Destino cruel e insano
Até quando vai durar