Menina sapeca eu fui
Comentário para o texto: UMA FILUSUFÍA DI VIDA... (T2771334)
Do manu e parcêru: Catulo
Cumpadi eu tomém fui "santa",
iguarzinha qui ocê
dessas criança qui ispanta,
cum inergia pra vendê.
Ponhava minha vó doidinha
e a impregada na cuzinha
sem sabê o qui fazê.
Era tanta inergia
qui minha vó decidiu
cunseiada por uma tia
pra benzedêra partiu
mas a pobre rezadêra
saiu foi numa carrêra
quano uma cobra ela viu.
Era a cobra Ernestina
já véia e desdentada
brincadêra di minina,
pois num murdia nem nada.
Eu levei num imborná
pra duas véia assustá
e eu dava gargaiáda.
Apanhei foi ali mermu
com cipó de malva seca
Vovó num usô mei termu
dissi qui eu era u capeta
E a véia rezadêra
num parô a tremedêra
parecia tê malêita.
Adispois fui pru internatu
cum as frêra italiana
lá eu aprendi di fatu
qui a liberdadi é bacana.
tinha frêra qui era boa
mas também tinha as coroa
qui era o cão chupanu cana.
Foi intão qui eu mioréi
virei mermu uma mocinha
mais a vida qui eu levei
era bem divertidinha.
Fui uma menina Feliz
fiz as artes que eu quis
pra sê uma feliz veínha.
Um abraço pra vosmicê.
Hull
Meu cumpadi Airam Ribeiro também mi dexô suas traquinici di mininu. Óia só cuma era eli:
Pegano a galinha do dispaxo
O carro tava parado
Na porta da macumbaria
Eu e meu amigo Job sentado
Lá nun banco ninguém via
Na porta um caminhão parado
Pelo qui via já lotado
Qui naqueles minutos saía.
Cunversei cum Job intão
Vamos naquele carro pongá!
Mas nun sabia qui o caminhão
Os macumbêro tava a levá
Para fazê um dispaxo
Pois inrriba tava um taxo
E u’a galinha preta tava lá.
A turma nem notáro
Quando nóis no carro pongô
E nois veno eles qui xamáro
Por um preto véi xangô
E fizéro a perparação
Cum uma hora xega o caminhão
No lugá qui cumbinô.
E foi deceno os pessoá
Arguns, caximbo fumano
E cumeçô a perpará
Ao som dos tambô zuano
Lá forum pegá a galinha
Mas aquela avisinha
Do caminhão foi avuano.
Ai nóis intramo na dança
E fumo a galinha pegá
Lá tava as duas criança
A corrê pra cá e pra lá
Sem ela dispaxo num tinha
Inté qui peguemo a galinha
Qui sentamo pra discansá.
E lá naquela incriziada
Só uvia som dos tambô
Fita preta avermeiada
E uns xamamento dun ta xangô
Vêio logo as mãe de santo
Que cantô logo um canto
E a galinha intão matô.
Vela aceza de toda a cô
Marafo pros beberrão
Qui nossos óios se arregalô
Lá de riba do caminhão
Vimo uma tá de mizifia
Trazêno a galinha na bacia
E pur seus santo xamano.
Pra incurtá a história
Do dispaxo qui prezenciei
Qui nunca saiu da memória
Das coisas qui já traquinei
O meu amigo Job já morreu
Ocêis pode creditá ni eu
Tudo aqui o qui contei.
Airan Ribeiro