O QUE TEM NO CONGRESSO
(Hull de La Fuente)
O Congresso reinicia
Cheio de pompa e empáfia
Alguns cabeças vazias,
Outros egressos da Máfia.
A fauna é bem variada
Bicho pra não fazer nada,
Mas come capim e ráfia.
Serão quatro anos plenos
Pra muita maracutáia,
Lotearam os “terrenos”
Desprezando Samambáia*.
Só pensam nas tais Emendas
A melhor das encomendas
Que agarram como lacráias.
Chegam pra negociatas,
Verbas de assessoramento,
Intitulam-se democratas,
Mas não passam de JUMENTOS.
Pior pra quem outorgou
A procuração passou
Para o achincalhamento.
Cada povo tem o Congresso
E o governo que elege
Tem palhaço de sucesso,
E pomba-gira no frege.
Tem sapatão, tem bombeiro,
Gigolô e carroceiro,
Tem cristão e tem herege.
Tem cartão corporativo
Tem passagens de avião
Tem aumento coletivo
Contra os cofres da União.
Tem ajuda moradia
Pra semana de dois dias,
Mais não ficam aqui não.
Por isto no meu protesto
Com a consciência tranquila
Digo aqui porque detesto
A política que aniquila
Cheia de oportunistas
De safados carreiristas
Piores do que gorilas.
(*) Samambáia é uma comunidade da periferia de Brasília.
NU CONGRESSO NACIONÁR
(Airam Ribeiro)
Maliça irmão, maliça!
Os qui sairo tem sôdade
Do congresso federá
Os qui intráro a vaidade
De podê istar pur lá
Mais argum inda cuntinua
Pois axô uns voto nas rua
De quem num soube votá.
E as piada ta qui rola
Cum Tiririca senadô
Romário o bom de bola
No congresso já xegô
Vinte e sete mil vos espéra
Eu digo procêis é divéra
Só aligria no rosto istampô.
Foi no tapete vremêi
Qui ali eles intráro
Nos primero ato num sei
Pruquê ni Sarnei votáro
Esse sabe onde as cabra máia
As farcatrua cum ele nun fáia
Pruquê de novo eles botáro?
Maliça irmão, maliça!
Um novo num pudia intrá
É iguá urubu na carniça
Corre muitio diêro pur lá!
Eu fico aqui é rezano
Para os novo num ir intrano
Nesses isquema federá!
Ocêis pode aí anotá
De borço xêi vão saí
É a curtura nacioná
E a propina corre ali
Se corre o bixo pega
Se fica o bixo come e esfrega
Nóis num temo pra onde ir.
Deus qui é Onipotente
Pra os votante vai oiá
Nóis vai vencê minha gente
Pode ni Deus cunfiá
Pur lá as coisa ta braba
Um dia esses rôbo acaba
É só nois aprendê votá.
Mais meus amigo do sexteto
Nun vamo ficá triste não
Já ta formado o coreto
Vamo vê as suas canção
Olhai os liro dos campo
Vamo guentá o trampo
Para o bem de nossa nação.
Bota a boca no trombone
Ni quarqué errin qui axá
De grito ou de mecrofone
Num pudemo muitio é cunfiá
Gato iscardado discunfia
Quando vê a água fria
E vamo vê no qui vai dá!
ESSI TAR CONGRESSU
(Rose Tunala)
Si eu mi ponhu a pensá
Nessas coisa du congressu,
É pra ri ou pra chorá?
Sei qui num tenhu sucessu
Si mi ponhu a questioná,
Mais eu pensu nu progressu.
Si esse povu fossi unido
Cum as força qui eli tem
Num tinha tantu ruído
Nem si sentia refém
Dum comgressu presumido
Qui du nariz num vai além.
É tudo repetição
Mero jogo de interessi.
Genti cum poder nas mão
I nossu querê padeci,
Cum tanta corrupção
Democracia adoece.
Si fala im democracia
Mais só si vê é ditadura
Si fala in cidadania
Mais tudo é mintira pura
Num si tem mais aligria
Nem sociedadi sigura.
Vamos importar do Egito,
Gente pra fazer protesto...
Virou zona e com agito,
Dos que vêem o povo leso...
Sair rico é o veredicto,
Pra maioria no congresso...
(Jacó Filho)