A CAIPORA JAPONESA E SEU ENCONTRO COM O DIABO

O que vou contar agora

Não é mentira, nem verdade.

Não vou falar por maldade,

Juro por Nossa Senhora!

Digo com sinceridade

Que com essa pouca idade

Já ouvi o riso da caipora!

Não é a Caipora do sertão,

Mas tem a mesma risada,

É feia, mal-amarrada,

Mais parece um canhão.

Vou acabar com a charada:

Essa caipora é importada,

Essa veio do Japão.

Tentou viver no interior,

Mas lá ninguém ‘güentava.

Aquela risada matava

Qualquer ouvido de dor!

De tanto que ela gritava,

De tanto que esperneava,

Mandaram pra Salvador.

Tentaram fazê-la calar,

E foi feita uma internação,

Mas, não havendo solução,

Resolveram operar:

Arrancaram o coração,

As costelas e o pulmão.

Puseram gordura no lugar.

E o pior que não deu jeito!

Puseram tudo de volta.

Tá certo que ficou meia torta,

Mas até que tem uns peito.

A bunda é que é uma porta!

Aquela desgraça nem morta

Vai ter um corpo perfeito!

Mas eu vou deixar de conversa,

Que é pro cordel não ficar chato

Que nem briga de cão e gato.

Então vamos ao que interessa:

Como é mesmo, de fato,

Qualquer menino do mato

Sabe que história é essa:

Ao chegar na capital

A miséria tanto falou,

Riu, gemeu, gritou,

Que todo mundo sentiu mal.

Um cabra de nome Nonô

Tomou coragem e a matou,

Enterrando em um quintal.

Já depois de enterrada,

Numa fria noite de inverno,

A miséria foi pro inferno

Pagar pela sua risada.

Queimando no fogo eterno,

O Diabo pegou um caderno,

E cantou de forma falada:

Tu falas mal de todo mundo,

Mas aqui é diferente!

Você vai se ver com a gente!

Vamos te mergulhar fundo

Num poço de merda quente,

Até que tu não agüente

Nem por mais um segundo!

Passou um dia, dois, três,

Passou mais de uma semana.

E a mulher lá, em cana,

Passou mais de um mês!

O Diabo se sentiu um banana,

Um lerdo, um sacana,

Um verdadeiro Português

Mas o Belzebu não erra,

Afinal, ele é o cão.

E, sem nenhum perdão,

Com muita gente ele ferra.

Mas não agüentou o rojão

Da japonesa sem noção,

E a mandou de volta à Terra.

Sempre que ela ria

Eu rezava uma prece.

Sei que ninguém merece

O que comigo ela fazia!

Agora o mundo padece

Cada vez que ela aparece,

Depois que alguém assovia...

OBS: Se você não entendeu nada, e achou esse texto uma merda, tudo bem. Ele foi feito para uma colega minha, e só as pessoas que convivem com essa oriental insuportável entenderiam...

Raul Ribeiro
Enviado por Raul Ribeiro em 25/06/2005
Reeditado em 09/12/2005
Código do texto: T27666