HOMENAGEM AO AMIGO JOSÉ CORCINO DE MACEDO

AO AMIGO ZÉ CORCINO PELOS SEUS 80 ANOS (Poema homenagem recitado na festa de aniversário do amigo)

Vindo ao mundo em trinta e um

Em pleno Século Vinte

Da Varzinha fez-se filho

Numa casa, sem requinte,

De mãe Francisca, feliz,

Orgulho do pai, Luiz,

Cedo foi contribuinte

Sem nunca achar um acinte

Foi menor trabalhador

No apanho do algodão

Revelou-se um vencedor

E apesar do pouco espaço

E do tempo muito escasso

Tornou-se um jovem leitor

Ainda com idade em flor

Teve que deixar o lar

Para com tios e primos

Em nova casa morar

Num sítio em São Rafael

Continuou seu papel

Na busca de melhorar

Vendo o seu tempo avançar

Indo e vindo pra Varzinha

Decidiu ir pra Natal

E alistar-se na Marinha

Fez-se recruta naval

Um passo fundamental

Para prosseguir na linha

Mesmo sem saber, já tinha

O dote da educação,

Que herdara do seu avô

Sem qualquer conspiração

Logo, logo, fez concurso

Pra ser aluno de um curso

Naquela habilitação

Teve louvor e moção

Sendo da turma o primeiro.

Conseguiu melhores notas

E um saldo lisonjeiro.

Pra quem teve pouca escola,

Era igualzinho a uma mola

Suspendendo um beradeiro.

Foi pro Rio de Janeiro

Passar uma temporada.

Fez curso, mudou de classe

Na escola da marujada.

Depois voltou pra Natal,

Seguindo seu ideal,

Numa rota programada.

Entrou em nova empreitada,

Com atitudes obreiras,

Conduzido a Diretor

Do Colégio Ari Parreiras.

Ali também ensinou

Matemática e mostrou

Ação nas duas carreiras.

Sem olvidar ribanceiras,

Dos rios da sua infância,

Foi crescendo a cada dia

Nas marés com elegância,

Vindo a tornar-se partido,

Pelas moças pretendido,

Fosse perto ou à distância.

Manteve linha e constância

Em todo o seu proceder

E entre tantas moçoilas

Julieta foi conhecer.

Obtendo consentimento,

Firmou logo o casamento,

Nova vida foi viver.

Da união viu nascer

Uma sucessão de filhos.

Cinco moças e um rapaz,

Polidos conforme os brilhos,

Seguidos pelo casal,

Parecendo um musical

Regido em seus estribilhos.

Sempre pôs o trem nos trilhos,

No retículo da esperança,

Pois lembrava o que passara

Em seus tempos de criança,

Tendo pouco ou quase nada,

Na lida dificultada,

Pela falta da abastança.

À sua nova aliança,

Para os filhos educar,

Somou-se a firme docência,

Que prosseguia no lar:

Trabalho de Diretor,

A missão de professor

No seu fazer de ensinar.

Depois de totalizar

Quarenta e três primaveras,

Entre ensino e direção,

Aposentou-se deveras

Da função de educador,

Além de navegador

Em variadas esferas.

Enfrentou todas as feras,

Feito o mais bravo leão.

Galgou postos na marinha

Em mar de navegação,

Pelo esforço compelido,

Braço a braço promovido,

Ao nível de capitão.

Teve louvor na função,

Foi sempre reconhecido.

Tem numerosos amigos

E por todos é querido,

Sempre, sempre solidário,

Por demais, humanitário,

Com seu direito estendido.

Hoje tendo conseguido

Graça da longevidade

Faz a todos nós felizes

Pelos oitenta de idade

E aqui pedimos a Deus

Que tenha em mais anos seus

Saúde e felicidade.

Santana, na santidade,

E todos aqui presentes

Parabenizam você,

José Corcino, e seus entes,

Que estando aqui reunidos,

Abraçam-te comovidos

Por teus dons resplandecentes.