NUANCE DO MEU SERTÃO... ALVORADA

Cinco horas da manhã

As coronárias do arrebol

Com as cores de maçã

Começam assemelhar de sangue

A franja do horizonte

Nos rabiscos dos extratos

Projetadas pelo sol

Mil nuances sobre montes

Ainda no lusco fusco

Vão dobrando os canarinhos

Entre as grimpas dos arbustos

Das ruas trilhas e caminhos

No seu musical encantado

Contracenam com mu murinhos

Os pardais indesejados

A lua vai se despedindo

Da abóbora celestial

Perdendo brilho e fugindo

Para o espaço sideral

Escondendo o rosto na mata

Convocando o astro rei

Para a vigília matinal

Das fontes rios e cascatas

No o seu rito natural

Rabiscando a orla do céu

Os primeiros raios de sol

Desfazendo o branco véu

Empurrando o belo lençol

Que cobre picos e monte

Com o bocejo da natureza

Indo além do horizonte

No contraste da bela paisagem

Singrando pelas correntes

A espessa e branca neblina

Forçando sua passagem

Espalha-se pelas vertentes

Escorrendo pelas colinas.

Tão logo o sol vai raiando

Alegre contente sorrindo

Os passarinhos vão se espalhando

Tornando o cenário mais lindo

Tropel de cavalos nas ruas

Motores se aquecendo

Rodas rangendo cascalho

Homens e mulheres apressados

Correndo para o trabalho

Garrafa térmica na mão

Bornal de bóia pendurado

Retrato do meu sertão

Meu paraíso encantado!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 27/01/2011
Reeditado em 30/01/2011
Código do texto: T2755104
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