NUANCE DO MEU SERTÃO... ALVORADA
Cinco horas da manhã
As coronárias do arrebol
Com as cores de maçã
Começam assemelhar de sangue
A franja do horizonte
Nos rabiscos dos extratos
Projetadas pelo sol
Mil nuances sobre montes
Ainda no lusco fusco
Vão dobrando os canarinhos
Entre as grimpas dos arbustos
Das ruas trilhas e caminhos
No seu musical encantado
Contracenam com mu murinhos
Os pardais indesejados
A lua vai se despedindo
Da abóbora celestial
Perdendo brilho e fugindo
Para o espaço sideral
Escondendo o rosto na mata
Convocando o astro rei
Para a vigília matinal
Das fontes rios e cascatas
No o seu rito natural
Rabiscando a orla do céu
Os primeiros raios de sol
Desfazendo o branco véu
Empurrando o belo lençol
Que cobre picos e monte
Com o bocejo da natureza
Indo além do horizonte
No contraste da bela paisagem
Singrando pelas correntes
A espessa e branca neblina
Forçando sua passagem
Espalha-se pelas vertentes
Escorrendo pelas colinas.
Tão logo o sol vai raiando
Alegre contente sorrindo
Os passarinhos vão se espalhando
Tornando o cenário mais lindo
Tropel de cavalos nas ruas
Motores se aquecendo
Rodas rangendo cascalho
Homens e mulheres apressados
Correndo para o trabalho
Garrafa térmica na mão
Bornal de bóia pendurado
Retrato do meu sertão
Meu paraíso encantado!