AMADO CORDEL
Este meu Amado cordel
Que se faz sem ter fim
Vai contar uma história
Que nunca saiu de mim
De um poeta escritor
Que me impressionou assim
Jorge que era Leal
Por ele se Faria Amado
No décimo dia de Augusto
Em 1912 o nascimento programado
Disso muito não se sabe
Mas em Itabuna registrado
Eulália Leal que simplesmente
Faria João muitíssimo Amado
De presente deu-lhe um filho
Cujo nome já foi declarado
Sem dúvidas ou porquês
Na Academia, imortalizado
De tudo o que exerceu
Nas letras um jornalista
E no mundo da política
Optou por ser comunista
Assim igual a muitos outros
Da segunda geração modernista
Cronista, contista e romancista,
Dramaturgo, crítico e poeta
Alguns dos valores possuídos
Por estudo e sabedoria esperta
Muitíssimo conhecido escritor
Diga-se uma biblioteca completa
No cinema, no teatro e na TV
As mais conhecidas obras
E as escolas de samba
Não ficaram sem as notas
Porque tematizaram o Amado
Que se estudam nas escolas
Por suas idéias o pensador
De 41 a 52 do século passado
Argentina, Uruguai, Paris e Praga
Por esse tempo ficou exilado
Mas não viveu sem amparo
Com Zélia Gattai ele era casado
Obá de Xangô, no Opó Afonjá
Nunca deixou sua fé falhar
Materialista, mas no candomblé
Apoio a ele nunca iria faltar
Pois além do comum a simpatizar
Muitas mães, até a Menininha do Gantois
Não podemos deixar de dizer
Que muitos prêmios recebeu
O Jabuti e outros troféus
Por tudo que escreveu
Dentro e fora do Brasil
Tudo ele mereceu
Gabriela, Cravo e Canela
Dona Flor e Seus Dois Maridos
Tieta do Agreste e Capitães da Areia
Alguns dos nomes conhecidos
Das suas várias obras imortais
No mundo todo lidas em seus livros
Graciliano Ramos, Érico Veríssimo
Carlos Drummond de Andrade
Alguns dos muitos amigos
Que pelo tempo ganhou de verdade
Correspondências aos intelectuais
Vários assuntos versava sem falsidade
Em mais de cem mil páginas
Na Fundação Casa de Jorge Amado
Todas as suas cartas e idéias
Por Myrian Fraga que as tem guardado
Depois de cinqüenta anos passados
Ao público seria mostrado
Pois não foi eterno na terra
Mas vívido em nossos corações
O velho humilde poeta
Homem das muitas emoções
Com 88 anos a 6 de agosto
Em Itabuna deixou as recordações
Foi-se o poeta que ficou eterno
A cada segundo passado
Onde há literatura
E um estudo apurado
Ficou pra sempre em memória
Nesse cordel terminado