INVASÃO À NATUREZA: DESCASO, OMISSÃO, VIDAS NA CORRENTEZA
Aos leitores do Brasil
Quero me apresentar
Eu sou Sírlia Lima
Agora vou desabafar
Falar tudo o que sinto
Eu não posso mais calar
Não é preciso ser gênio
Para fazer a previsão
É só analisar o descaso
E a falta de prevenção
Olhar o poder público
E a sua omissão
Tudo aqui no Brasil
Parece ser natural
É tanta ignorância
Por isso é desigual
E a corrupção provoca
Um abismo social
Se você ainda não sabe
Você precisa saber
Que no Brasil existem verbas
Para pode interceder
Como o povo ignora
Fazem desaparecer
Não sou carioca
Mas sou povo brasileiro
Não agüento o sofrimento
Lá do Rio de Janeiro
Ver o povo nas encostas
Outros lavando o dinheiro
Onde estão as prefeituras
Lá daquela região?
Que fizeram das verbas
Que eram do cidadão?
Pagadores de impostos
Sem nenhuma aplicação
E o Ministério das cidades
Onde é que ele atua?
Se toda essa problemática
Apenas se perpetua
E quem paga é o povo
É a verdade nua e crua
As encostas dos morros
Não é lugar de se viver
Somente a vegetação
Pode ali permanecer
Porém nada de concreto
Poderia se erguer
Não sei por que existe o IBAMA
Qual é a sua função
Se não evitam queimadas
Nem a destruição
Por tanta inoperância
O povo está em extinção
Em todo o Brasil
É grande a devastação
Os grandes madeireiros
São os donos da razão
Devastaram a Amazônia
Que é o nosso pulmão
Todo o ano chove
É sempre a mesma novela
O pobre sempre sofrendo
No morro ou na favela
Enquanto vão apreciando
Vida boa só na tela
Algo deveria ter sido feito
Para evitar esse mal
Mas nada funciona
Num país sem moral
Onde até traficante
Tem licença ambiental
Mas tudo isso acontece
Pelo povo ser permissivo
Eleger e não cobrar
Esse é o grande motivo
E ainda recebem fortunas
Pelo cargo eletivo
Eu não tenho poder
Mas dou uma indicação
De cada ministério
Cobre a atuação
E em sua cidade
Cobre a administração
Eu amo o meu Brasil
E admiro o Japão
Que exporta tecnologia
O viés é a educação
Mesmo que a terra trema
Eles fazem prevenção
Aqui no Brasil
A incompetência é nociva
Por falta de prevenção
O povo morre à deriva
Por falta de educação
Segue na defensiva
O povo está precisando
De educação planetária
Não devem jogar lixo
Em toda malha viária
Também devem reciclar
Em sua coleta diária
Eu já disse muitas vezes
E volto a alertar
Habite em lugar seguro
O morro não é lugar
Cobre dos seus gestores
Um lugar para habitar
Se ficarem indiferentes
Não fiquem sem reação
Reinvidiquem seus direitos
Conclamem a população
Ou serão sempre coitadinhos
Com prato ou pires na mão
Sei que o problema é antigo
Nem é fácil a solução
Não mascarem o problema
Busquem uma união
O homicídio coletivo
Foi por pura omissão
Perdoem se as minhas palavras
Trazem certa aspereza
Doeu-me ao ver as vidas
Perderem-se na correnteza
Muitas histórias perdidas
Quase morro de tristeza
As histórias das pessoas
Nunca vão se remendar
Somente depois da desgraça
Que foram sobrevoar
Tudo era previsível
E tinha como evitar
De uma sobrevivente
Ouvi um depoimento
“Se Deus quis assim
“Eu suporto o sofrimento”
Não foi Deus o culpado
Da falta de investimento
Aos sobreviventes
Um recado vou mandar
Não aceite inoperância
É hora de acordar
Lutem por seus direitos
Para esse mal não voltar
Aos demais brasileiros
Vamos todos dar as mãos
Ao Rio de janeiro
E fazermos doação
Vão precisar de afeto
E também de compreensão
Prezado povo brasileiro
Já é hora de partir
E por meio desses versos
Eu só quis advertir
Conclamar a sociedade
Para não submergir