POEMA MATUTO ( MORENA DA MINHA INFANÇA)
NO MEUS TEMPO DE MININO
VIVIA NO INTERIÔ
SIGUINO O MEU DISTINO
QUE A VIDA ME RESEVOU
AJUDAVA O MEU PAIZIN
ME ACORDAVA CEDIN
IA LOGO PRO ROÇADO
PRANTAR MIHO E FEJÃO
MINHA INCHADA ERA PIQUENA
E EU LEMBRO DUMA CENA
QUE NUM SAI DO CORAÇÃO
BEM PERTO DO NOSSO SÍTIO
MORAVA UMA FAMÍA
ERA O PAI E MÃE
COM DOIS FIO E UMA FIA
A MININA ERA BUNITA
PARICIA UMA BUNECA
ELA PASSAVA PRO EU
COM SEU JEITIN BEM SAPECA
E GRITAVA:
" ESSE MOLEQUE
TA PARICENO O JECA"
MAS DIZIA ISSO BRINCANO
EU RESPUNDIA ASSIM
EU NUM SOU O JECA NÃO
AREPARE BEM PARA MIM
EU SOU É MUTO DISPOSTO
O SUÓ DESCE NO ROSTO
ME ACORDO AO CANTÁ DO GALO
NUM SOU NEM UM JECA NÃO
REPARE A MINHA MÃO
TODINHA CHEIA DE CALO
TODA NOITE AGENTE IA
NA CASA DO DR. COREMA
E NUMA TELA DE PANO
ELE PASSAVA UM CINEMA
ERA UNS ROLO DE FITA
RODANO O TEMPO INTEIRO
PASSANDO OS FILME DO JECA
E AGENTE NO TERREIRO
EU BEM PERTIN DA MORENA
ME SENTAVA BEM JUNTIN
E O AROMA DA AÇUCENA
RESPIRAVA EU COM CARIN
EU TINHA UNS 13 ANO
E ELA ISSO TOMEM
UMA NOTE FUMO VÊ
O FILME DO SUPERMEM
EU PEGUEI NA SUA MÃO
SENTI O CORPO TREMÊ
O MEU POBE CORAÇÃO
DISPARO-SE A BATER
COMECEI A SUÁ FRIO
ELA ME OIHOU COM DISEJO
NA NOITE DO SUPERMEM
DEI O MEU PRIMEIRO BEIJO
NOUTO DIA DE MENHÃ
ME ACORDEI MEIO TARDE
COM O POVO TODO GRITANDO
FAZENDO O MAIOR ALARDE
O RANCHIN LA DA MORENA
PEGÔ FOGO, INCENDIÔ!
QUANDO EU VI A TRAGÉDIA
ME DEU UM GANDE PAVÔ
ERA UM DOMINGO EU LEMBRO
DIA 13 DE SETEMBRO
QUANDO AQUILO ACONTECEU
A CASA DO MEU AMÔ
PEGÔ FOGO, SACABÔ
MINHA MORENA MORREU!