A poesia não morre* Autor: Damião Metamorfose.

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Morre o jovem e o ancião,

A folha, o fruto a semente.

Tudo o que for vivo morre,

Seja sadio ou doente.

Só não morre a poesia,

Que mora dentro da gente!

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Morre o ateu e o crente,

O protestante, o cristão.

Jesus, José e Maria,

Isabel, Joaquim e João.

Só não morre a poesia,

Na fonte na inspiração!

*

O batizado e o pagão,

Morre eu, morre você.

Morre o que é visível,

Até o que não se vê.

Só não morre a poesia,

Aquela que não se lê!

*

Morre a medida do tê,

O que tem dez, mil ou cem.

O que come caviar,

Filé mingon ou xerem.

Só não morre a poesia,

Que os anjos dizem amém!

*

Morre o mal e o bem,

A ovelha e o pastor.

Morre o ódio em meu peito

E em seu lugar nasce amor.

Só não morre a poesia,

Do poeta inovador.

*

O rico e o lavrador,

Vão pro buraco ou valeta.

o que não tem um destino,

O que tem destino e meta.

Só não morre a poesia,

Depois que morre o poeta!

*

A morte é quem nos completa,

Morre a noite e nasce um dia.

Que em seguida também morre

Pra terra ficar mais fria.

Nasceu, cresceu e morreu,

Só não morre a poesia!

*

Seca a água que sacia,

Depois que a fonte morre.

a morte é implacável,

Quando vem ninguém socorre.

Só não morra a poesia,

Sem ela a vida é um porre!

*

Morre o que anda e o que corre,

o sim, o talvez e o não.

Morre alegria e tristeza,

Solitude ou solidão.

Só não morre a poesia

Dentro do meu coração!

*

Fim.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 06/01/2011
Código do texto: T2712289
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