A poesia não morre* Autor: Damião Metamorfose.
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Morre o jovem e o ancião,
A folha, o fruto a semente.
Tudo o que for vivo morre,
Seja sadio ou doente.
Só não morre a poesia,
Que mora dentro da gente!
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Morre o ateu e o crente,
O protestante, o cristão.
Jesus, José e Maria,
Isabel, Joaquim e João.
Só não morre a poesia,
Na fonte na inspiração!
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O batizado e o pagão,
Morre eu, morre você.
Morre o que é visível,
Até o que não se vê.
Só não morre a poesia,
Aquela que não se lê!
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Morre a medida do tê,
O que tem dez, mil ou cem.
O que come caviar,
Filé mingon ou xerem.
Só não morre a poesia,
Que os anjos dizem amém!
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Morre o mal e o bem,
A ovelha e o pastor.
Morre o ódio em meu peito
E em seu lugar nasce amor.
Só não morre a poesia,
Do poeta inovador.
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O rico e o lavrador,
Vão pro buraco ou valeta.
o que não tem um destino,
O que tem destino e meta.
Só não morre a poesia,
Depois que morre o poeta!
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A morte é quem nos completa,
Morre a noite e nasce um dia.
Que em seguida também morre
Pra terra ficar mais fria.
Nasceu, cresceu e morreu,
Só não morre a poesia!
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Seca a água que sacia,
Depois que a fonte morre.
a morte é implacável,
Quando vem ninguém socorre.
Só não morra a poesia,
Sem ela a vida é um porre!
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Morre o que anda e o que corre,
o sim, o talvez e o não.
Morre alegria e tristeza,
Solitude ou solidão.
Só não morre a poesia
Dentro do meu coração!
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Fim.