Nun sô valente não, é só quando min irrito!
Dô rastêra em furacão
Já fui na lua de moto
Dei u’a surra no cão
E já parei um maremoto
O tisuname nun vêiu cá
Cum medo de mincrontá
No mêi de um terremoto.
O meu café da manhã
Eu adoço é cum pimenta
A fama aqui de Airam
É qui no brazêro ele senta
Foi nun rabo de um cometa
Qui visitei oito planeta
Em mil novecentos e oitenta.
Ajudei prendê lampião
Ali no norte da Bahia
Botei ele no caixão
E min cazei com sua Maria
Foi na guerra do Iraque
Qui comandei os ataque
No mêi das infantaria.
Brabeza aqui nun izéste
Sô manso e nun min gano
Min xama cabra da peste
Só pruquê infrentei os cigano
Foi na guerra de canudo
Qui acabei cum aquilo tudo
Nas proeza dum baiano.
Mais eu digo prancê
Qui ocê é meu amigo
Fique tronquilo ocê
Pois minha casa é seu abrigo
Tu é meu amigo do coração
Se tu morrê faço questão
De te interrá no jazigo.
Quando eu vô ali no bar
Bebo é litro de caxaça
Um garrafão eu vô tomá
Só pra nun vê arruaça
Agora vô falá cuma é qui é
Sò nos braço duma muié
É qui esse valente perde a graça.