SANSÃO E DALILA - PARTE 4 (FINAL)

Chegando Sansão em Gaza
Sem demora, foi cercado
Fortemente vigiado
Tinha muito sentinela
Os planos desses gazitas:
Esperar o sol nascer
Matá-lo no amanhecer
Era essa a esparrela

Despertando meia-noite
Sansão, com ferocidade
Na entrada da cidade
Umbreiras, portas arranca
Vai pro alto de um monte
Aquele cara parrudo
Levando nos ombros tudo
Incluindo aí a tranca

Lá no Vale de Soreque
Ele fica apaixonado
Plenamente inebriado
Seu olhar logo cintila
É fisgado pela moça
Quis ser o marido dela
Porquanto formosa, bela
O seu nome era Dalila

Os príncipes filisteus
Pra saber donde provém
A força que Sansão tem
Dizem pra jovem: "convença!
Insista com seu esposo
O seu segredo desvende
Pois nosso povo pretende
Entregar-lhe recompensa"

Cada príncipe promete
Várias moedas de prata
Mil e cem a conta exata
Acaso ela fosse esperta
Porquanto se sabedores
Da origem do vigor
Sansão provaria dor
Após feita a descoberta

Ele responde uma vez
Pra que a mulher se anime:
"Com varas frescas de vime
Eu seria enfraquecido
Caso preso em sete delas
Eu viro um homem normal
Sem a força colossal
Pela qual sou conhecido"

Trouxeram as sete varas
Amarrando o camarada
Notando, pois, a cilada
Ele as quebra como fio
Eis que Dalila reclama:
"Zombaste de mim, amor
A verdade, por favor
Reveles, em ti confio"

Ele diz: "só cordas novas
Segurar-me poderão
Verás minha prostração
Meu corpo debilitado"
Ela arruma as ditas cordas
Amarra Sansão com gosto
Ele as rompe, quando exposto
Sem esforço demonstrado

Enganada novamente
Dalila queixa faria
Ante nova zombaria
Exige dele respostas
E Sansão: "eu fico frágil
É normal que enfraqueça
Se tecidas na cabeça
Tranças em liços dispostas"

Ela tece sete tranças
Prende todas com estaca
A reação não é fraca
Ele arranca estaca e liço
Dalila lamenta, triste:
"O meu sentir é fiel
Tu estás sendo cruel
Cadê o teu compromisso?"

Ela o perturba demais
Usa palavras tocantes
Pra Sansão angustiantes
Ele cede, finalmente
Escancara seu segredo:
"Essa força logo falha
Se me passarem navalha
Na cabeça tão-somente"

Ela os filisteus avisa:
"A jornada está completa
Alcancei a minha meta
Foi cumprida essa missão"
Os príncipes satisfeitos
Levaram todo dinheiro
O futuro prisioneiro
Tinha aberto o coração

Sobre o colo de Dalila
Dormindo feito crianças
Sansão perde suas tranças
Um homem lhe deixa calvo
Suprimida sua força
Pros outros foi fácil presa
Virou figura indefesa
Sem Deus, vulnerável alvo

Arrancaram os seus olhos
Meteram numa prisão
Sob o jugo do grilhão
Um moinho ele girava
Na terra dos filisteus
Esse povo referido
Por Sansão estar detido
Contente, comemorava

E nesse clima de festa
O templo estava lotado
Sansão ali é chamado
Pra que fosse escarnecido
Além de todos os príncipes
Três mil pessoas havia
Esbanjavam alegria
Pelo oponente vencido

Encostado nos pilares
Que davam sustentação
Para aquela construção
Sansão implora ao Divino:
"Senhor, só por esta vez
Minha força restitua
Meu espírito possua
Vou selar o meu destino"

"Desejo vingança, Pai
Pelos olhos extraídos
Meus braços fortalecidos
Quero ter por um momento"
Abraça bem as colunas
Tomado pela revolta
Forçando as duas só solta
Após o desabamento

Os presentes no local
Morreram sob as ruínas
Cumpriram as suas sinas
Naquele evento aflitivo
Por ocasião da morte
De Sansão, grande Juiz
Assim, a bíblia nos diz:
"Matou mais que quando vivo"


FIM

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Adaptação baseada em Juízes 16:1-31

Leia também:

Parte 1

Parte 2

Parte 3