Natá e as propagana comerciá/ interaginoi cum Milla Perera

Cumade Milla, nun sei iscrevê u’a idéia in pôcas istrofe, pra mim o sintido fica castrado, me adiscurpe se urtrapassei, quem nun quizé lê qui pare onde quizé.

Airam Ribeiro

Natá e as propagana comerciá

Quando o natá vai xegano

Aqui nas nossa zona rurá

As criança vai perparano

Pras nas jinela elas botá

Os seus surrado sapatin

A gente vê qui é bem véin

Mermo ancim elas vão lá.

Intonce passa o dito natá!

Dia ciguinte elas vão lá vê

Pra seus presente percurá.

Sai correno e elas nun crê

Quando na jinela xega pertin

Lá nun ta os seus brinquedin

Qui elas quiria recebê.

É qui elas sempre uvia

Naquela rádia anunciá

Qui natá era tempo de aligria

Na cidade e na zona rurá

Mais quá! Qui decepição!

Ali nun tinha presente não

Era mais um dos comerciá.

Sobre o homi dos presente

Visitano a zona rurá!

Elas aqui já ta cunciente

De qui nun izéste o natá

Esse dia é cuma ôtro quarqué.

Inventáro esse papai Noé

Só para as criança inganá.

E nessa noite na jinéla

Qui lá pra fora fica a oiá

Elas vê as luiz amarela

Bem lá no pé do ypê a piscá

Intão vem na sua maginação

Os vagalume na iscuridão

Piscano na sua árvore naturá.

Lá pras tantas elas vão drumí

Ovino as orquestração

Na lagoa bem perto dalí.

E sonha cum emoção

No sõin elas vê Jesuis

Lis dano aligria e luiz

E tomém consolação.

[ ...]

Cuma vê irmão do sexteto

Pra quem nunca teve um natá

Esse aí é o meu texto,

Nun posso aqui vos inganá

Nos natá eu fico triste

Pois as inganação iziste

Nas propagana comerciá.

Aos pai de hoji in dia:

Nun dê ao seu filho presente

Eles sintiria mais aligria

Se ocêis nun ficasse ausente

Deixe um pôco seu iscritóro

Nun vê qui tudo aqui é ilusóro?

Seja um pôco cunciente!

Seu filho istá drogado?

Foi os colega qui ele arrumô!

Ocê tava sempre ocupado

E nunca deu a ele o amô!

Adianta nesse dia o presente

Se ocê ta sempre ausente?

Pense um pôco doutô!

Natá é a comemoração

De um grande cunticimento

É o dia qui nosso maió Irmão

Na terra teve o nascimento

Urmidimente cum nóis viveu

E tantas lição boas nos deu

Pra o nosso intendimento.

Esse negóço de presente

Foi os povo astucioso

Iguista mau, insistente

Tomém ganancioso

Dono das casa comerciá

Qui resorveu istuciá

Esse jogo fabuloso.

Esse jogo da inganação

Para o grande consumidô

E nos cunsumismo intão

Vai matano seu torpô.

Nesse mundo do cunsumismo

Quem manda é o egoísmo

Nos zóios do compradô.

Milla Pereira fala das idéia

Cumpádi, suas ideia

Nunca pódi sê mudada

Adiscurpi essa véia

Qui já tá isclerosada

Ocê pódi iscrevê

Quantos versu, eu vô lê

E apraudi, animada!

Eu só falei, foi pruquê

U recanto num aceita

Uns verso mais - a sabê

Tem qui tê ôtra receita

Mai eli vai aceitá

Num vô tê qui separá

U sesteto, dessa feita!

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 16/12/2010
Reeditado em 17/12/2010
Código do texto: T2674907
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