O FARISEU E O PUBLICANO
Desde os tempos mais remotos
Alguns de boa conduta
Celebram a sua índole
Por ser correta, impoluta.
Confiança em demasia
Vira e mexe produzia
Muita altivez e desprezo.
Certa vez, por Jesus Cristo,
Um desses aí foi visto
Esbanjando menosprezo.
O Nazareno contou
A história aqui retratada.
Por dois homens tal passagem
Fora protagonizada.
Um encontro conhecido
A você, leitor querido,
Em versos agora explano.
Quem são eles? Quer saber?
Eu informo com prazer:
Fariseu e publicano.
Os sujeitos vão ao templo
Pra fazer sua oração.
O citado fariseu
Faz a própria exaltação:
- Agradeço, Pai dos pais
Pois não sou feito os demais,
Todos cheios de pecado.
Para ser justo me esmero
Não roubo, não adultero,
Não sou igual esse ao lado!
- Duas vezes por semana
Oh, Deus Supremo, jejuo.
Dou os dízimos, Senhor,
De tudo o quanto possuo!
Assim, o homem completa,
Expondo essa vida reta,
Soberbo, superior.
Naquele mesmo recinto,
Porém, de modo distinto,
Orava o outro senhor.
O publicano nem volta
Para os céus o seu olhar.
Batendo forte no peito,
Começa, então, a falar:
- Oh, Deus de grande bondade,
Conceda-me a piedade
Porquanto peco bastante.
Preciso da compaixão,
Estenda, Pai, Sua mão
Para que siga adiante!
Após narrar a parábola,
Jesus falou: - o segundo
Retornou justificado
À casa donde oriundo.
Quem se porta humildemente,
Como fato decorrente,
Deve ser, pois, exaltado.
Quem a si mesmo sublima,
Querendo ficar por cima,
Ao contrário, é humilhado!
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* Adaptação da parábola bíblica (Lucas 18:9-14).